Cometa interestelar descoberto por astrônomo amador ganha nome oficial


Anteriormente conhecido pelo nome provisório de C/2019 Q4 (Borisov), o cometa interestelar foi oficialmente batizado de 2I/Borisov. (Foto: Gemini Observatory/NSF/AURA)

No final de agosto, um cometa interestelar foi descoberto passeando pelo nosso Sistema Solar, graças ao astrônomo amador ucraniano Gennady Borisov, que, no dia 30 do mês passado, usava um telescópio construído por ele mesmo. Sua descoberta chamou a atenção do Minor Planet Center (MPC), que deu ao corpo celeste um nome provisório de C/2019 Q4 (Borisov). Agora, o cometa acaba de ganhar da União Astronômica Internacional (IAU) um nome definitivo: 2I/Borisov. 

De acordo com a publicação da IAU feita nesta terça-feira (24), a primeira parte do nome do objeto é 2I devido ao fato de ser oficialmente o segundo objeto interestelar a ser descoberto em nosso Sistema Solar. E o Borisov, claro, vem da pessoa que o descobriu. Além disso, a IAU disse que o 2I/Borisov deve se aproximar do Sol em 7 de dezembro e, entre os meses de dezembro e janeiro, o cometa estará mais brilhante na região sul do céu. Depois disso, sairá do nosso Sistema Solar para sempre.

Dos milhares de cometas descobertos até agora, nenhum deles tem uma órbita tão hiperbólica quanto a do 2I/Borisov, de acordo com as novas observações. Encontrar este cometa apenas dois anos após a descoberta do 1I/'Oumuamua — o primeiro objeto interestelar encontrado — significa que objetos interestelares passeando por aqui podem, na verdade, ser bem numerosos, o suficiente para nos fornecer uma nova maneira de investigar processos em sistemas planetários além do nosso. Por isso, os astrônomos estão animados em estudar o objeto e otimistas sobre a oportunidade de observá-lo em grandes detalhes.

Estimar o tamanho dos cometas é difícil porque o pequeno núcleo cometário está envolto pelo coma (uma grande nuvem de gás que dá ao astro sua aparência característica). Mas, a partir do brilho observado, o 2I/Borisov parece ter cerca de alguns quilômetros de diâmetro. Um dos maiores telescópios do mundo, o Gran Telescopio Canarias, localizado nas Ilhas Canárias, já obteve um espectro do cometa e descobriu que ele tem um núcleo semelhante ao dos cometas típicos.

Agora, os pesquisadores querem responder às perguntas inquietantes que o novo visitante trouxe. Por que objetos interestelares não foram descobertos antes? Qual é a taxa que podemos esperar de suas aparições no Sistema Solar interno? O que esses objetos têm em comum com os corpos semelhantes do Sistema Solar? Com a ajuda dos grandes telescópios, os cientistas esperam encontrar as respostas em breve.

Fonte: Canaltech

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