Quais os critérios para se nomear corpos celestes?


Ao se deparar com o nome de um astro, pode-se verificar que há muita diferença entre os nomes dos objetos. Até aí isso faz algum sentido. Mas porque há tanta diferença quando encontramos e comparamos, por exemplo, um planeta com um nome trivial, compreensível e de fácil memorização, com outro planeta que tem um nome mais parecido com um item de uma peça que está no estoque de uma fábrica?

Astrônomos vem dando nomes a objetos celestes desde a antiguidade. Assim, já foram estabelecidos uma quantidade considerável de critérios para nomeação.

Mesmo sem terem pleno conhecimento do que se tratava, povos de épocas passadas nomearam os planetas visíveis a olho nu. Cada qual da forma que era conveniente. Por exemplo, os nomes que utilizamos atualmente para nomeá-los remonta da época do Império Romano.

Os Romanos homenagearam os planetas com os nomes de seus deuses: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Já os planetas gasosos mais exteriores do Sistema Solar - Netuno e Urano - foram descobertos apenas no século XIX. Netuno homenageia um deus romano, enquanto que Urano, um deus grego.

Após a convenção promovida pela UAI em 1922, criou-se um padrão. Exoplanetas pode ter seu nome formado por um prefixo e um sufixo, cada parte apontando para algo relacionado a sua descoberta. Exoplanetas podem ter a primeira parte de seu nome associado à sua estrela hospedeira, ao instrumento de observação que o detectou (assim como TRAPPIST, Kepler, entre outros), a projetos e campanhas astronômicas.

A segunda e última parte diz respeito à ordem em que ele foi descoberto em seu sistema planetário, iniciando com a letra "b". Nosso exemplo para esse caso é 51 Pegasi b. Aqui temos "51 Pegasi" como sendo o nome da estrela hospedeira e o sufixo "b", apontando para o primeiro planeta descoberto orbitando essa estrela.

Quando se trata de nomeação de estrelas, podemos verificar vários critérios, sendo que alguns desses foram criados por astrônomos antes mesmo de existir a UAI. Esses nomes podem fazer referência à constelação da qual a estrela faz parte, ao catálogo em que ela foi registrada, ao ano de sua descoberta, às coordenadas em que é localizada no céu, enfim... 

Com a infinidade de estrelas que existem, muitos nomes acabam sendo uma grande mistura de siglas e números. A estrela SDSSp J153259.96-003944.1 tem esse nome por causa do projeto astronômico que a detectou (SDSS é a sigla do projeto Sloan Digital Sky Survey) e de suas coordenadas no céu.

Outros objetos como nebulosas, galáxias, meteoros, cometas, entre outros também têm seus critérios. Mas alguns astros já receberam nomes comuns e de fácil identificação. Eles são sugeridos à UAI por astrônomos, observatórios e clubes de astronomia ou escolhidos por votação do público. Em uma votação realizada no ano passado, por exemplo, pessoas do mundo todo ajudaram a nomear 14 estrelas e 31 exoplanetas.

Dentre eles, o planeta PSR 1257+12 c foi chamado de Poltergeist, um nome alemão dado a seres sobrenaturais, e o sistema da estrela mu Arae homenageou o livro “Dom Quixote de la Mancha”, do escritor espanhol Miguel de Cervantes: a estrela chama Cervantes e os planetas receberam os nomes dos personagens Quixote, Dulcineia, Rocinante e Sancho.

Há uma página na internet que vende nomeação de crateras em Marte. Isso é feito visando a arrecadação de fundos para pesquisas.
Fonte: Decifrando Astronomia

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Capacete de Thor

Atena para a Lua

Finalmente, vida extraterrestre detectável?

Messier 87

Messier 81

Banhado em azul

Lápis grosso

E se não encontrarmos nada na nossa busca por vida para lá da Terra?

Pesquisas sugerem que nossa galáxia vizinha mais próxima pode estar sendo dilacerada

Metade do gás hidrogênio do universo, há muito desaparecido, foi finalmente encontrado