VISTA revela nova imagem da Grande Nuvem de Magalhães
O telescópio VISTA do ESO
revelou uma imagem notável da Grande Nuvem de Magalhães, uma das nossas
galáxias vizinhas mais próximas. O VISTA tem observado esta galáxia e a sua
companheira, a Pequena Nuvem de Magalhães, assim como os seus arredores com um
detalhe sem precedentes. Este rastreio permitiu aos astrônomos observar um
grande número de estrelas, abrindo assim novas janelas no estudo da evolução
estelar, dinâmica galáctica e estrelas variáveis.
A Grande Nuvem de Magalhães é
uma das nossas vizinhas galácticas mais próximas, situada a apenas 163 mil
anos-luz de distância da Terra. Juntamente com a sua “irmã”, a Pequena Nuvem de
Magalhães, estas são as galáxias satélites anãs mais próximas da Via Láctea. A
Grande Nuvem de Magalhães é também um lugar onde se encontram aglomerados
estelares diversos, sendo assim um laboratório ideal para o estudo de processos
que dão forma às galáxias.
O telescópio VISTA do ESO tem
observado essas duas galáxias na última década. A imagem apresentada hoje é o
resultado de um dos muitos rastreios que os astrônomos realizaram com este
telescópio. O objetivo principal do rastreio do VISTA às Nuvens de Magalhães
foi mapear o histórico de formação de estrelas das Grandes e Pequenas Nuvens de
Magalhães, bem como suas estruturas tridimensionais.
O VISTA foi a chave para esta
imagem, já que observa o céu nos comprimentos de onda do infravermelho próximo,
o que lhe permite ver através das nuvens de poeira se obscurecem partes da
galáxia. Como resultado, é possível observar muitas mais das estrelas
individuais que compõem o centro desta galáxia. Os astrônomos analisaram cerca
de 10 milhões de estrelas individuais na Grande Nuvem de Magalhães em detalhes,
tendo determinado as suas idades com o auxílio de modelos estelares de ponta,
o que lhes permitiu descobrir que estrelas mais jovens se situam em braços em
espiral múltiplos.
Por milênios, as Nuvens de
Magalhães fascinaram os povos do Hemisfério Sul, sendo no entanto amplamente
desconhecidas pelos europeus até à Época dos Descobrimentos. O nome que lhes
damos hoje remonta ao explorador português Fernão de Magalhães que, há 500
anos, embarcou na primeira viagem de circunavegação do planeta.
Os registos da
expedição trazidos de volta à Europa revelaram muitos lugares e coisas que os europeus
desconheciam até então. O espírito de exploração e descoberta encontra-se
atualmente ainda bastante vivo no trabalho dos astrônomos de todo o mundo,
incluindo na equipa VMC (VISTA Magellanic Clouds survey), cujas observações
levaram à obtenção desta imagem extraordinária da Grande Nuvem de Magalhães.
Fonte: ESO
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