5 descobertas estranhas que o telescópio Hubble fez sobre buracos negros
O
telescópio espacial Hubble está prestes a se aposentar, dando lugar ao seu
sucessor, o telescópio espacial James Webb. Já são quase 30 anos explorando as
maravilhas do universo e respondendo a algumas das perguntas mais inquietantes
sobre o cosmos, e entre as observações mais fascinantes do Hubble estão
novidades sobre buracos negros — que há não muito tempo eram apenas uma teoria.
Claro,
não é possível ver um buraco negro, nem mesmo para um telescópio poderoso como
o Hubble. Mas instrumentos como este podem fazer observações sobre o que
acontece por perto desses colossos espaciais - aliás, foi assim que astrônomos
conseguiram capturar a primeira foto real de um buraco negro. Assim, o Hubble
ajudou os cientistas a fazer descobertas diversas, e o que eles perceberam foi
que os buracos negros podem ser mais estranhos do que pensávamos.
A
NASA listou algumas das descobertas mais desconcertantes realizadas pelo Hubble
com relação a esses objetos:
Buracos
negros supermassivos são comuns
Uma
das descobertas impressionantes foi que eles estão em todo lugar, incluindo os
supermassivos. Se você olhar para qualquer galáxia aleatória do universo, é bem
provável que ela tenha um buraco negro supermassivo no seu centro. O nome de
“supermassivos” que eles recebem é quase didático - essas coisas têm massa
equivalentes a milhões ou até bilhões de estrelas.
Exemplo
disso é o Sagittarius A*, que tem massa de aproximadamente quatro milhões de
vezes a massa solar, e fica no centro da Via Láctea. Mas ele não chega nem
perto do titânico buraco negro supermassivo da galáxia elíptica Holmberg 15A,
que tem massa de 40 bilhões de vezes maior que a do Sol!
O
Hubble descobriu que a massa desses buracos negros, escondidos em núcleos
galácticos, está relacionada à massa da galáxia hospedeira. Em outras palavras,
quanto maior a galáxia, maior o seu buraco negro supermassivo central. Os
cientistas acham que isso - talvez - significa que os buracos negros cresceram
junto com suas galáxias, consumindo alguns objetos que, por azar, se aproximam
demais.
Alguns
aglomerados de estrelas têm buracos negros
Um
aglomerado globular é uma “bola” de estrelas antigas e muito semelhantes,
unidas pela gravidade. Seu interior é muito denso e rico em estrelas antigas,
podendo, inclusive, ter até um milhão de estrelas. Eles são bastante comuns e
conhecidos - um deles é o famoso Omega Centauri, descoberto em 1677. Mas o
Hubble encontrou alguns bem estranhos por aí: é que alguns são muito mais massivos
que o normal, têm uma grande variedade de estrelas e podem até abrigar um
buraco negro no centro.
Isso
sugere que pelo menos alguns dos mais de 150 aglomerados globulares em nossa
galáxia podem ter sido galáxias anãs que a Via Láctea acabou absorvendo.
Jatos
de buraco negro regulam nascimento de estrelas
Sim,
os buracos negros em si são invisíveis. Mas, às vezes, eles lançam grandes
jatos de energia quando gás e poeira caem neles - e isso podemos ver. Como as
estrelas se formam a partir de gás e poeira, esses jatos acabam por afetar o
nascimento de novas estrelas na galáxia. Às vezes, eles emitem combustível
necessário para continuar criando novas estrelas, mas o Hubble observou que
eles também podem manter a formação de estrelas em um ritmo lento e constante.
Buracos negros crescem em galáxias em
colisão
Galáxias
inteiras às vezes podem se fundir, gerando uma supergaláxia, e isso deve
acontecer um dia com a própria Via Láctea e Andrômeda - daqui a uns 4 bilhões
de anos. Esse processo de colisão também acontece na constelação de Ursa Maior,
criando a fusão da Medusa, cuja imagem o próprio telescópio Hubble captuou.
Bem, se a maioria das galáxias têm um buraco negro supermassivo no centro,
então o que acontece com eles quando as galáxias colidem?
A
resposta é simples, e foi confirmada pelo Hubble em 2018: eles também se fundem
para formar buracos negros ainda maiores! O telescópio conseguiu observar uma
dupla de buracos negros gigantes no ato de se fundirem, na galáxia NGC 6240.
Buracos negros supermassivos
podem ser expulsos
Não
é porque um buraco negro supermassivo habita no coração das galáxias que nada
pode expulsá-los de lá. Que melhor maneira de apimentar os buracos negros do
que lançar ondas gravitacionais na mistura? Ondas gravitacionais são ondulações
no espaço-tempo que podem ser criadas quando dois objetos massivos orbitam um
ao outro.
Em
2017, o Hubble encontrou um buraco negro desonesto que está voando para longe
do centro de sua galáxia a uma velocidade cerca de 90 vezes mais rápida que o
nosso Sol está viajando através da Via Láctea. O que arrancou o buraco negro do
núcleo da galáxia? Ondas gravitacionais! Os cientistas pensam que este é um
caso em que duas galáxias estão nos estágios finais da fusão, o que significa
que seus buracos negros centrais provavelmente também estão se fundindo em um
processo super caótico.
Fonte:
Canaltech
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