Astrônomos podem estar perto de encontrar as primeiras estrelas do universo
Astrônomos
acreditam estar muito perto de encontrar sinais das primeiras estrelas do
universo, que devem ter s formado há cerca de 12 bilhões de anos. Usando o
radiotelescópio Murchison Widefield Array (MWA), localizado na Austrália,
cientistas buscam sinais de hidrogênio neutro, gás que dominou o universo na
Era das Trevas.
O estudo,
que está para sair no The Astrophysical Journal e está publicado no site ArXiv,
limitou a força do sinal de hidrogênio neutro para o menor nível até o momento,
o que vai ajudar a facilitar a busca.
“Podemos
dizer confiantes que se o sinal de hidrogênio neutro fosse mais forte do que o
limite que definimos no artigo, então o telescópio o teria detectado”, garantiu
Jonathan Pober, um dos autores do estudo. “Essa descoberto pode nos ajudar a
restringir ainda mais o momento em que a Era das Trevas acabou e as primeiras
estrelas surgiram”.
Para
entender a busca dos astrônomos, é preciso lembrar um pouco da teoria do
surgimento do universo. Acredita-se que o Big Bang aconteceu pouco menos de 14
bilhões de anos atrás, e nos primeiros cerca de 377.000 anos o calor era tão
intenso que nenhum átomo se formou. Só quando o universo esfriou um pouco o
hidrogênio neutro começou a surgir, além de um pouco de hélio e uns traços de
lítio.
Calcula-se
que a primeira luz e a primeira galáxia se formaram há pouco mais de 13 bilhões
de anos, no período chamado Reionização. E a ciência acredita que as primeiras
estrelas se formaram, basicamente, de hidrogênio neutro. Por isso, buscam
traços desse elemento químico.
O estudo é
assinado por Wenyang Li, estudante de pós-doutorado na Universidade Brown, com
participação de Pober. Eles usaram dados do MWA após uma reestruturação do
telescópio que ampliou bastante a capacidade de detectar ondas. Construído em
2013, o radiotelescópio tinha 2048 antenas em 128 fileiras, que foram
realinhadas em 246 recentemente. O supercomputador Correlator faz a análise dos
dados.
Agulha no palheiro
O
comprimento das ondas de hidrogênio neutro é de 21 cm. Conforme o universo
expandiu nesses 12 bilhões de anos desde a era da Reionização, o sinal agora
deve ter esticado para cerca de 2 metros, que é o que os cientistas estão
buscando com o MWA. Para isso, isolaram o radiotelescópio em uma área remota da
Austrália para evitar ao máximo a “contaminação” de outros sinais.
“Todas
essas outras fontes possuem magnitude mais forte que o sinal que estamos
tentando detectar”, disse Pober. “Até mesmo sinal de rádio FM que é refletido
em um avião de passagem acima do telescópio é suficiente para contaminar os
dados”. E é aí que entra o supercomputador Correlator.
Além de
analisar os dados, a máquina também filtra sinais muito próximos. E, mesmo
assim, a calibragem do radiotelescópio tem que ser muito precisa. “Se olhamos
para frequências de rádio ou comprimentos de onda diferentes, o telescópio se
comporta de maneira diferente”, observou Pober. “Corrigir a resposta do
telescópio é absolutamente crítico para, então, separarmos os contaminantes
astrofísicos e o sinal de interesse”.
Esta é a
segunda vez seguida que uma análise de dados do MWA retorna um novo limite, o
que aumenta a esperança de que o radiotelescópio encontre o sinal das primeiras
estrelas em algum momento.
“Esta
análise mostra que a atualização na fase dois teve muitos dos efeitos desejados
e que as novas técnicas de análise vão melhorar análises futuras”, celebrou
Pober. “O fato de o MWA ter agora publicado os dois melhores limites
consecutivos do sinal impulsiona a ideia de que este experimento e sua
abordagem prometem muito”.
Fonte: Canaltech / Universidade
Brown
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!