Planetas podem se formar ao redor de um buraco negro
Imagem
esquemática do núcleo galáctico ativo e e seu disco circunuclear, onde haveriam
condições adequadas à formação de planetas.[Imagem: Keiichi Wada et al. -
10.3847/1538-4357/ab4cf0]
Sol
negro
Com os milhares
de exoplanetas agora conhecidos, parece difícil de acreditar que faz pouco mais
de 20 anos que os cientistas finalmente aceitaram a ideia de que planetas não
são uma exclusividade do nosso Sol.
Isso pode ter
ajudado a torná-los mais receptivos para aceitar outra ideia bem menos óbvia, a
de que podem existir planetas em órbita de buracos negros.
De acordo com as
teorias mais aceitas, os planetas são formados a partir de agregados de poeira,
o chamado disco protoplanetário, formado pelo que resta do material que serviu
para a formação de uma estrela que acabou de nascer.
Mas estrelas
jovens não são os únicos objetos celestes que possuem discos de poeira. Os
equipamentos de observação mais modernos estão permitindo flagrar discos de
matéria bem mais densos em torno de buracos negros supermassivos, nos núcleos
das galáxias.
Logo, planetas
também podem se formar nesses lugares tão inóspitos.
"Nossos
cálculos mostram que dezenas de milhares de planetas, com 10 vezes a massa da
Terra, poderiam se formar a cerca de 10 anos-luz de um buraco negro,"
disse Eiichiro Kokubo, professor do Observatório Astronômico Nacional do Japão.
"Em torno dos buracos negros podem existir sistemas planetários de escala
surpreendente".
Discos
circunucleares
Alguns buracos
negros supermassivos têm grandes quantidades de matéria ao seu redor na forma
de um disco pesado e denso. Um disco assim pode conter até cem mil vezes a
massa do Sol na forma de pó - isso é um bilhão de vezes a massa de poeira de um
disco protoplanetário.
Segundo as
teorias, em uma região de baixa temperatura de um disco protoplanetário, grãos
de poeira recobertos de gelo podem se unir e evoluir para agregados porosos,
que vão crescendo até eventualmente formar um planeta.
Um disco de
poeira em torno de um buraco negro é tão denso que a intensa radiação da região
central da galáxia é bloqueada, criando regiões de baixa temperatura, também
adequadas para o surgimento de partículas de poeira recobertas de gelo.
Os pesquisadores
aplicaram a teoria da formação de planetas aos discos circunucleares e chegaram
à conclusão de que planetas poderiam ser formados ao longo de várias centenas
de milhões de anos.
Atualmente não
existem técnicas para detectar esses exoplanetas em torno de buracos negros. No
entanto, os pesquisadores esperam que este estudo abra um novo campo na
astronomia para pesquisá-los no futuro.
Fonte: Inovação Tecnológica
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