Planeta de dezoito horas por ano à beira da destruição
Astrônomos
da Universidade de Warwick observaram um exoplaneta orbitando uma estrela em
apenas 18 horas, o período orbital mais curto já observado para um planeta
deste tipo. Ele foi chamado de NGTS-10b, e está a 1000 anos-luz da Terra. Isso
significa que um único ano para este Júpiter quente passa em menos tempo do que
um dia na Terra. “Júpiter quente” é uma classe de planetas com massa e
composição comparáveis às de Júpiter.
Esta
descoberta foi detalhada em um novo artigo publicado no dia 20 de fevereiro na
revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, e os autores do
trabalho acreditam que o planeta esteja espiralando diretamente para a
autodestruição.
“Estamos
muito empolgados em anunciar a descoberta do NGTS-10b, um planeta do tamanho de
Júpiter com um período extremamente curto que está orbitando uma estrela não
muito diferente do nosso sol”, diz o pesquisador principal do trabalho, James
McCormac. O
planeta foi localizado pelo Next-Generation Transit Survey (NGTS), uma pesquisa
com foco em exoplanetas que utiliza as instalações do Observatório Paranal do
deserto do Atacama, no norte do Chile. Segundo McCormac, o NGTS está fazendo um
trabalho pioneiro na pesquisa de exoplanetas através de observatórios na Terra.
“Apesar
de, em teoria, Júpiters quentes com períodos curtos de órbitas (menos de 24
horas) serem os mais fáceis de detectar por causa do grande tamanho e
frequentes passagens, eles são comprovadamente extremamente raros. De centenas
de Júpiters quentes conhecidos, há apenas sete com período orbital de menos de
um dia”, detalha ele.
O
NGTS-10b tem uma órbita tão próxima do sol que seria o equivalente a ele estar
27 vezes mais próximo do que Mercúrio do nosso próprio sol. Isso quer dizer que ele está perigosamente
próximo do sol dele, ao ponto de estar prestes a ser destruído.
A
estrela deste exoplaneta tem 70% do raio da nossa e é 1000ºC menos quente. O
NGTS-10b, por outro lado, é 20% maior que o nosso Júpiter e tem o dobro da
massa. Os cientistas estimam que tanto o sol quanto o planeta têm cerca de dez
bilhões de anos. Esse
tipo de planeta provavelmente migra da periferia dos sistema solar dele e acaba
consumido ou têm a órbita alterada radicalmente pela estrela.
Agora
os astrônomos querem continuar acompanhando este exoplaneta pelos próximos dez
anos para determinar se este planeta vai permanecer na atual órbita ou se vai
espiralar em direção ao sol e se destruir. Este
estudo é uma colaboração entre as universidades do Reino Unido Warwick,
Leicester, Cambridge, a universidade Belfast (Irlanda do norte), além do
Observatório de Genebra (Suíça), DLR Berlim e a Universidade do Chile.
Fonte: Phys.org
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