Cientistas usam bolor para reconstruir teias cósmicas que ligam matérias do universo
Estudo
contou com a ajuda de um organismo terrestre e dados de coordenadas de 37 mil
galáxias
Os astrónomos desenvolveram um algoritmo de computador, inspirado pelo comportamento do mofo limoso, e testaram-no contra uma simulação de computador do crescimento de filamentos de matéria escura no Universo. Os cientistas então aplicaram o algoritmo de bolor limoso aos dados contendo as localizações de mais de 37.000 galáxias mapeadas pelo SDSS (Sloan Digital Sky Survey). O algoritmo produziu um mapa tridimensional da estrutura da teia cósmica subjacente. Seguidamente, analisaram a luz de 350 quasares distantes catalogados no Arquivo Espectroscópico do Legado Hubble. Estas distantes lanternas cósmicas são os brilhantes núcleos alimentados a buracos negros de galáxias ativas, cuja luz brilha através do espaço e através da teia cósmica em primeiro plano. Crédito: NASA, ESA e J. Burchett e O. Elek (UC Santa Cruz)
Astrônomos
da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, desenvolveram um modelo
artificial de "teias cósmicas" invisíveis que, segundo eles, conectam
galáxias e formam a estrutura do universo. Publicado na revista The
Astrophysical Journal Letters, o estudo aponta que essas teias correspondem a
uma vasta rede formada por matéria escura e gás hidrogênio, o que faz dessa
sustentação invisível às emissões de imagens e sistemas eletromagnéticos.
Para
criar o modelo da teia, os pesquisadores recorreram a um organismo chamado P.
polycephalum's, que tem a capacidade de se expandir em ramificações conforme as
condições de espaço e o consumo de matéria orgânica no ambiente em que vive.
O
organismo já foi utilizado, por exemplo, para resolver labirintos, identificar
atalhos entre dois pontos e até para construir um modelo da rede ferroviária de
Tokyo, no Japão. É claro que as proporções do P. polycephalum não correspondem
a de uma linha de metrô, muito menos ao tamanho do universo. Por isso, a
expansão foi simulada por programas de computadores.
Os
cientistas se apropriaram de um modelo 2D pré-existente, fizeram alguns ajustes
e adaptaram o material para três dimensões. Em seguida, eles alimentaram o
algoritmo do programa com dados de coordenadas de 37 mil galáxias. Com base
nessas informações, o modelo do organismo expandiu-se em escala celestial
ligando os supostos pontos da teia cósmica. Assim, o estudo reconstruiu o que
seria a aparência dessa misteriosa estrutura espacial.
Vale
reforçar, no entanto, que o experimento criou um modelo virtual e isso não
comprova a existência da rede. Por outro lado, uma comparação com dados do
sistema de telescópio Hubble acerca de fontes de gás hidrogênio no espaço
sugerem que o algoritmo desenvolvido pelos cientistas é preciso. Segundo os
pesquisadores, o modelo formado pela P. polycephalum's é a simulação mais exata
da teia cósmica já produzida pela ciência.
Fonte:
Science Alert
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