Galáxia Messier 87
A M87 é uma galáxia
elíptica enorme situada a cerca de 55 milhões de anos-luz de distância da
Terra, visível na constelação da Virgem. Foi descoberta por Charles Messier em
1781, mas não foi identificada como galáxia até ao século XX. Com o dobro da
massa da nossa própria galáxia, a Via Láctea, e contendo cerca de dez vezes
mais estrelas, encontra-se entre as maiores galáxias do Universo Local. Além do
seu tamanho, a M87 tem algumas características bastante únicas. Por exemplo,
contém uma grande quantidade de aglomerados globulares: enquanto a nossa Via
Láctea não tem mais de 200, a M87 conta com cerca de 12.000, o que alguns
cientistas sugerem ser devido ao fato de os ter arrebatado de galáxias vizinhas
menores.
Tal como todas as
grandes galáxias, a M87 tem um buraco negro supermassivo no seu centro. A massa
do buraco negro situado no centro de uma galáxia está relacionada com a massa
da galáxia em geral, por isso não é surpreendente que o buraco negro da M87 seja
um dos mais massivos que se conhece. O buraco negro pode também explicar uma
das características mais energéticas da galáxia: um jato relativístico de
matéria que está sendo ejetado com uma velocidade quase igual à da luz.
Este buraco negro foi
objeto de observações do Event Horizon Telescope. O EHT o escolheu como alvo
por duas razões. Apesar da resolução do EHT ser muito boa, ainda assim tem os
seus limites. Como os buracos negros mais massivos são também maiores em
diâmetro, o buraco negro central da M87 apresentava um alvo invulgarmente
grande, o que significa que podiam se obter imagens dele mais facilmente do que
de buracos negros menores e mais próximos. A outra razão foi claramente mais
"terrena". A M87 se apresenta relativamente perto do Equador Celeste
quando observada a partir da Terra, o que a torna visível tanto no Hemisfério
Norte como no Hemisfério Sul. Este fato maximizou o número de telescópios do
EHT que podiam observá-la, aumentando assim a resolução da imagem final.
Esta imagem foi caturada
pelo instrumento FORS2 montado no Very Large Telescope do ESO, no âmbito do
programa Joias Cósmicas do ESO, o qual visa obter imagens de objetos
interessantes, intrigantes ou visualmente atrativos, utilizando os telescópios
do ESO, para efeitos de educação e divulgação científica. O programa utiliza
tempo de telescópio que não pode ser usado em observações científicas,
produzindo imagens bonitas de alguns dos objetos mais espectaculares do céu
noturno. Todos os dados obtidos podem ter igualmente interesse científico no
futuro e são por isso guardados e postos à disposição dos astrônomos através do
Arquivo Científico do ESO.
Fonte: ESO
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