Identificada nova partícula subatômica candidata à matéria escura
A matéria escura – um dos
maiores enigmas sem resposta da Física – acaba de ganhar uma nova candidata.
Trata-se de uma partícula subatômica chamada d-Estrela Hexaquark, que, segundo
apontaram simulações e cálculos realizados por físicos da Universidade de York
(Reino Unido), quando se condensa em grupos, parece se encaixar no modelo
requerido para explicar a existência da misteriosa matéria escura.
Candidata
O conceito de matéria escura
foi proposto há décadas, lá nos anos 1930, para a explicar a existência de algo
no Universo que cria mais massa do que pode ser observado de forma direta – uma
vez que esse “algo” não emite, absorve ou reflete qualquer tipo de radiação
eletromagnética. No entanto, os cientistas sabem que essa “entidade” está lá
porque os seus efeitos gravitacionais são bastante fortes e podem ser
detectados. Tanto que, conforme estimativas, até 85% da matéria no Universo
poderia ser composta com esse elemento misterioso.
Ao longo dos anos, várias
partículas foram apontadas como possíveis candidatas à matéria escura; a última
a ser apontada é a d-Estrela Hexaquark ou, simplesmente, d*(2380). Como o
próprio nome sugere, trata-se de uma partícula subatômica composta de 6 quarks
– partículas fundamentais que, normalmente, se combinam em grupos de 3 para
formar prótons e nêutrons.
Voltando aos trios, as
partículas constituídas por 3 quarks são chamadas de bárions e formam a maior
parte da matéria que pode ser observada no Universo, como estrelas, planetas e
você, caro leitor. Porém, os bárions podem se combinar dando origem aos
dibárions, os quais, basicamente, são os tais hexaquarks de que estamos
falando.
Matéria
escura
As partículas d-Estrela
Hexaquark foram descritas bem recentemente, em 2014, e observadas apenas poucas
vezes. No entanto, estas também consistem em bósons – significando que elas
pertencem a uma classe que se comporta conforme previsto no modelo
Bose-Einstein –, e os cálculos apontam que, quando elas se condensam em grupos,
podem formar a matéria escura.
Segundo explicaram os
cientistas, esses aglomerados condensados se produzem quando uma nuvem de gás
de baixa densidade composta de bósons é resfriada a quase zero absoluto, e os
átomos param de se movimentar e ficam praticamente estáticos. Conforme mostram
os modelos criados pelos pesquisadores, se um gás com essa composição se formou
nos primórdios do Universo – quando o cosmos passou por uma fase de
resfriamento intenso depois do Big-bang – então os condensados poderiam ter
formado o que hoje se detecta como matéria escura.
Obviamente, para provar essa
teoria, os cientistas ainda têm muito trabalho pela frente, e entre os planos
está o de conduzir testes em laboratório com as d*(2380) para observar como
elas interagem quando se encontram e entender melhor suas propriedades, além de
tentar encontrar mais dessas partículas pelo cosmos. O lado positivo é que, de
momento, os cálculos sugerem que a d-Estrela Hexaquark é realmente uma forte
candidata e dispensa a necessidade de se criar novos conceitos físicos para
explicá-la.
E por que tanto empenho em
desvendar esse mistério do que é a matéria escura? Para determinar a sua origem
e do que ela é composta. Isso poder responder às diversas questões relacionadas
à formação do Universo que estão sem respostas na Cosmologia. Aliás, descobrir
a não existência dela obrigaria, simplesmente, os físicos a reescrever o Modelo
Padrão, que é o “manual” em uso atualmente para descrever o comportamento do
Universo.
Fonte: Tecmundo
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