Lente Cósmica Revela Rádio Galáxia Extremamente Apagada
Crédito: Heywood et al .; Sophia Dagnello,
NRAO / AUI / NSF; STScI.
Os radiotelescópios são os receptores de ondas de rádio mais sensíveis
do mundo, capazes de encontrar emissões extremamente apagadas de rádio vindas
de objetos nos locais mais distantes do universo. Recentemente, uma equipe de
astrônomos, usou o Karl G. Jansky Very Large Array, da National Science
Foundation para dar uma mão para a natureza e assim detectar uma galáxia
distante que provavelmente é o objeto mais apagado em emissões de ondas de
rádio, já encontrado.
A descoberta faz parte do projeto conhecido como VLA Frontier Fields
Legacy Survey, liderado pelo astrônomo no NRSO Eric Murphy, que usou distintos
aglomerados de galáxias como lentes naturais para estudar objetos cada vez mais
distantes no universo. Os aglomerados servem como lentes gravitacionais, usando
a força gravitacional das galáxias nos aglomerados para distorcer e amplificar
a luz e as ondas de rádio vindas de objetos mais distantes.
A imagem apresentada aqui é uma composição, onde a imagem obtida com
ondas de rádio pelo VLA foi sobreposta a uma imagem na luz visível obtida pelo
Telescópio Espacial Hubble. Os proeminentes objetos que aparecem em vermelho e
laranja na imagem são as chamadas relíquias de rádio, grandes estruturas
possivelmente causadas por ondas de choque, dentro do aglomerado de galáxias,
chamado de MACSJ0717.5+3745, que está a mais de 5 bilhões de anos-luz de
distância da Terra.
Observações detalhadas feitas com o VLA mostraram que muitas das
galáxias nessa imagem estão emitindo ondas de rádio além da luz visível. Os
dados do VLA revelam que uma dessas galáxias, está a mais de 8 bilhões de
anos-luz de distância da Terra. Sua luz e as ondas de rádio, foram distorcidas
pelo efeito de lente gravitacional do aglomerado.
A imagem em ondas de rádio dessa galáxia distante, chamada de
VLAHFF-J071736.66+374506.4, foi ampliada mais de 6 vezes pela lente
gravitacional, disseram os astrônomos. Essa ampliação é o que permite que o VLA
a detecte.
“Esse provavelmente é o objeto mais apagado em emissão de ondas de
rádio já detectado”, disse Ian Heywood, da Universidade de Oxford no Reino
Unido. “Isso é exatamente porque nós
queremos usar esses aglomerados de galáxias como poderosas lentes cósmicas para
aprender mais sobre os objetos atrás deles”.
“A ampliação fornecida pela lente gravitacional, combinada com a
extrema sensibilidade do VLA, nos dá uma visão sem precedente da estrutura da
galáxias 300 vezes menos massiva do que a Via Láctea, no momento em que o
universo tinha menos da metade da sua idade atual. Isso nos dá também uma
valiosa ideia sobre a formação de estrelas nessas galáxias de pouca massa
naquele momento e como elas eventualmente se formaram em galáxias mais
massivas”, disse Eric Jimenez-Andrade do NRAO.
Fonte: Space Today
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