Asteroide que segue a Terra pode ser fragmento da Lua
Minilua
A Terra tem cinco quasi-satélites conhecidos até agora: Também conhecidos como miniluas, compõem uma subcategoria de asteroides próximos que orbitam o Sol mas permanecem relativamente próximos ao nosso planeta.
Um deles, descoberto em 2016, chama-se Kamo'oalewa, palavra havaiana para "filho que viaja por conta própria". É a mais próxima, mais estável e menor (41 metros) minilua conhecida. Mas parece que Kamo'oalewa tem algo ainda mais especial: Esse semissatélite pode ser na verdade um pedaço da nossa Lua que foi arrancado no passado.
Devido à sua órbita, a minilua só pode ser vista da Terra por algumas semanas durante o mês de Abril. E, por ser tão pequena, isso só pode ser feito com os maiores telescópios da Terra, o que levou Benjamin Sharkey e colegas da Universidade do Arizona, nos EUA, a usarem o Grande Telescópio Binocular.
Eles descobriram que o espectro da minilua - o padrão de luz que ela reflete - corresponde ao espectro das rochas lunares trazidas pelos astronautas das missões Apolo da NASA, e a nada mais, sugerindo que o pequeno asteroide se originou da Lua.
"Eu olhei através de cada espectro dos asteroides próximos à Terra a que tínhamos acesso, e nada bateu," disse Sharkey.
Nessas mais de 2.000 comparações, a equipe analisou inclusive outros tipos de asteroides que também se mostram inesperadamente vermelhos, como alguns com alto teor de metal ou cobertos por pequenos grãos de poeira. E nada, a única correspondência próxima foi com uma amostra de rocha lunar trazida pela Apolo.
O espectro da minilua (retângulo verde) é muito diferente de qualquer outro asteroide - em azul, os dados combinados dos outros asteroides. [Imagem: Benjamin N. L. Sharkey et al. - 10.1038/s43247-021-00303-7]
Formação da Lua
Os pesquisadores ainda não têm ideia de como o asteroide pode ter se soltado da Lua, uma vez que até hoje nunca havia sido descoberto algum asteroide com origem lunar. A teoria mais aceita sobre a formação da Lua propõe que um hipotético planeta Teia (ou Theia) chocou-se com uma "proto-Terra" e formou nosso satélite.
Mas o Kamo'oalewa não parece ser dessa época primordial. "Ele não permanecerá nesta órbita em particular por muito tempo, apenas cerca de 300 anos no futuro, e estimamos que ele chegou nesta órbita cerca de 500 anos atrás," afirmou Renu Malhotra, membro da equipe.
Ainda assim, esta órbita é parte importante da hipótese que os cientistas propõem sobre a eventual origem lunar do semissatélite: Sua órbita é semelhante à da Terra, mas com uma inclinação menor, uma órbita bem diferente dos demais asteroides próximos à Terra.
O único jeito de tentar esclarecer mais as coisas será esperar por
Abril próximo e retornar ao telescópio, colhendo mais dados e melhorando o
espectro obtido do asteroide - o Kamo'oalewa é cerca de 4 milhões de vezes
menos brilhante do que a estrela menos brilhante que o olho humano consegue ver
em um céu escuro.
Fonte: Site Inovação Tecnológica
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