Telescópio Hubble flagra imagem “romântica” no céu

 “Flecha” acertando um “coração cósmico” é um fenômeno incomum conhecido como objeto de Herbig-Haro. Imagem: ESA / Hubble & NASA, B. Nisini

Uma flecha azul flamejante parece perfurar um coração cósmico gigante em uma imagem captada pelo telescópio espacial Hubble. Os apaixonados podem fazer uma relação com a velha conhecida ação de Cupido, filho de Marte (deus da guerra) e de Vênus (deusa do amor), na mitologia romana. Embora a realidade seja bem menos romântica, não deixa de ser uma cena linda e incrível de se ver.

Trata-se, na verdade, de um fenômeno relativamente incomum conhecido como objeto de Herbig-Haro.

A “flecha” é composta por jatos gêmeos de gás ionizado superaquecido que disparam para o espaço a partir de pólos opostos de uma estrela recém-nascida chamada IRAS 05491 + 0247.

Por sua vez, o “coração” é a nuvem de poeira e gás que envolve a protoestrela, de acordo com membros da equipe do Hubble. 

E é essa interação dramática entre os jatos e a nuvem que cria uma visão celestial rara, o objeto Herbig-Haro. O que foi fotografado neste caso pelo Hubble se chama HH111 e fica a cerca de 1,3 mil anos-luz da Terra, na constelação de Orion. 

Como o Hubble capturou o “coração” sendo “flechado”?

De acordo com o site Space.com, o Hubble capturou a imagem usando um instrumento chamado Wide Field Camera 3 (WFC3), que observa comprimentos de onda de luz ópticos e infravermelhos (calor). 

“Os objetos Herbig-Haro, na verdade, liberam muita luz em comprimentos de onda óticos, mas são difíceis de observar porque a poeira e o gás ao redor absorvem grande parte da luz visível”, explicam funcionários da Agência Espacial Europeia (ESA), em uma descrição da imagem divulgada nesta segunda-feira (30). 

“Portanto, a capacidade do WFC3 de observar em comprimentos de onda infravermelhos – onde as observações não são tão afetadas por gás e poeira – é crucial para captar objetos Herbig-Haro com sucesso”, acrescentaram. 

Primeiras imagens feitas pelo Hubble eram desfocadas

Lá no início na década de 1990, quando foi lançado ao espaço, o icônico observatório espacial fazia imagens um tanto desfocadas, problema que os membros da equipe responsável pelo telescópio logo descobriram que era causado por uma falha em seu espelho primário, de 2,4 metros de largura. 

Não demorou muito para que astronautas corrigissem esse problema em uma caminhada espacial feita em dezembro de 1993. Ao longo dos anos, o Hubble foi atualizado e mantido ao longo de mais quatro missões de serviço. O instrumento WFC3 foi instalado durante o último desses voos dos ônibus espaciais com destino ao Hubble, que ocorreu em maio de 2009. 

O telescópio Hubble continua a fornecer vistas incríveis do cosmos, mas começou a mostrar os efeitos da idade. Sem o ônibus espacial, os astronautas não podem mais acessar o observatório in loco, o que representou um grande problema no caso dos recentes defeitos apresentados por ele. 

Ainda assim, nosso velho amigo continua a nos presentear com flagras incríveis do universo

Fonte: Olhar Digital

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