A estrela mais massiva do Universo não é tão pesada quanto se pensava
A estrela mais massiva já detectada no Universo não é tão massiva quanto se estimava anteriormente, de acordo com novas observações que sugerem um cenário semelhante para as outras estrelas mais massivas.
A imagem mais precisa do aglomerado de estrelas R316 na Nebulosa da Tarântula, lar da estrela mais massiva conhecida no Universo, R136a1, visível como um grande ponto branco no centro da foto fornecida pelo NOIRLab em 18 de agosto de 2022 - International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/AFP
Aninhada no coração da Nebulosa da Tarântula, em um aglomerado de
estrelas na Nuvem de Magalhães, próximo à nossa galáxia, R136a1 foi detectada
em 1985. Em 2010, uma equipe de astrônomos a designou como a mais massiva já
observada, com uma massa de 320 vezes a do Sol.
Observações mais recentes, porém, revisaram o número para 250 massas
solares.
Desta vez, uma equipe usando os telescópios Gemini North e Gemini
South, localizados no Havaí e no Chile, respectivamente, reduziram sua massa
para entre 170 e 230 massas solares, de acordo com um estudo publicado no The
Astrophysical Journal.
"Nossos resultados mostram que a estrela mais massiva que
conhecemos atualmente não é tão massiva quanto pensávamos", disse Venu
Kalari, principal autor do estudo e astrônomo do NOIRLab americano, que opera
os telescópios Gemini.
"Isso sugere que o limite superior da massa estelar também pode
ser menor do que pensávamos", acrescentou ele em um comunicado do NOIRLab
divulgado na quinta-feira.
Estrelas como R136a1, as mais massivas e luminosas do Universo, são
difíceis de observar.
Primeiro porque elas têm uma vida útil muito curta, de um punhado de
milhões de anos, quando a do Sol, uma estrela muito mais comum, tem uma
expectativa de vida de dez bilhões de anos.
Depois porque elas geralmente estão localizadas em aglomerados de
estrelas compactos envoltos em poeira estelar, o que dificulta a medição
precisa da luminosidade de seus membros. No entanto, é esta luminosidade em
particular que torna possível determinar a massa de uma estrela.
A equipe do NOIRLab obteve a imagem mais precisa das estrelas no
aglomerado e, portanto, de R136a1, usando uma técnica chamada interferometria
de speckle.
Seu gerador de imagens Zorro tirou um número muito grande de fotos,
40.000 neste caso, com um tempo de exposição muito curto, 60 milissegundos.
Isso lhe permitiu superar o efeito da atmosfera da Terra, que perturba as
observações.
A técnica de observação usada nunca havia sido empregada para esse tipo
de objeto.
Por esta razão, os autores do estudo encaram seus resultados com
"cautela", segundo Kalari, enquanto aguardam instrumentos ainda mais
eficientes, como o futuro Extremely Large Telescope (ELT), previsto para 2027,
para refinar a medição.
Fonte: MSN.COM
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