Discos protoplanetários podem ter "fábrica" de superterras
Uma nova teoria da formação de planetas
rochosos pode explicar a origem das chamadas “superterras”, o nome dado aos
exoplanetas algumas vezes mais massivos que a Terra. Eles são os tipos mais
comuns encontrados em nossa galáxia e, talvez, a teoria explique o porquê
daquelas em sistemas planetários únicos terem tamanhos tão parecidos.
No Sistema Solar, há os planetas mais
internos e próximos do Sol (rochosos) e os maiores, mais distantes do nosso
astro (os gasosos). Já as superterras são exoplanetas mais massivos que o
nosso; algumas podem ter atmosferas de hidrogênio e são encontradas orbitando
suas estrelas bem de perto, o que sugere que migraram para suas localizações
atuais.
Alessandro Morbidell, coautor do novo
estudo, observa que ele e seus colegas produziram um modelo em que as
superterras eram formadas na parte congelada do disco protoplanetário (o disco
de gás e poeira formado ao redor da estrela no centro do sistema em evolução).
“O modelo poderia explicar as massas e as órbitas das super terras, mas previa
que todas eram ricas em água”, acrescentou.
O problema, no entanto, é que observações
recentes mostraram que a maioria das superterras é rochosa como a Terra, mesmo
se estiver cercada por uma atmosfera de hidrogênio. Em outro estudo publicado
em 2020, os autores investigaram os processos que poderiam ter originado
planetas rochosos e sistemas uniformes com superterras com base na formação das
maiores luas de Júpiter.
Agora, eles sugerem a ocorrência de algum
mecanismo parecido para a formação de planetas ao redor de estrelas. No caso de
planetas, eles observam que a concentração em grande escala de material rochoso
sólido ocorre em uma faixa estreita do disco protoplanetário, onde o vapor do
silicato é condensado para formar estruturas rochosas sólidas.
Na nova teoria, esta região seria como uma
“fábrica de planetas” que, ao longo do tempo, iria produzir planetas rochosos
de tamanho similar. Quando ficarem massivos o suficiente, as interações com o
disco devem trazer os planetas para mais perto de sua estrela, o que explicaria
os sistemas planetários “unificados”.
Se um anel rochoso tiver bastante massa, os
planetas podem crescer até migrarem para longe do anel, formando um sistema de
superterras similares. Por outro lado, se o anel tiver pouca massa, ele pode
produzir um sistema mais parecido com os planetas rochosos encontrados no
Sistema Solar.
O artigo com os resultado do estudo foi
publicado na revista Nature Astronomy.
Fonte: canaltech.com.br
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