Mapa da matéria no Universo mostra rachaduras na teoria cosmológica padrão
Mapeamento da matéria no Universo
Uma
equipe internacional de astrônomos liberou a versão mais precisa feita até hoje
do mapeamento da matéria em todo o Universo, mostrando como ela se distribui
pelo cosmos.
A matéria está mais distribuída - menos aglomerada - do que as teorias indicavam. [Imagem: Dark Energy Survey]
Entre
vários resultados importantes, sobretudo no tocante à confiabilidade dos dados,
o novo mapa indica que a matéria não é tão "aglomerada" quanto os
cientistas calculavam com base em nosso melhor modelo do Universo, o que
aumenta o corpo de evidências de que pode haver algo faltando na imagem que
nossas teorias nos passam sobre como é o nosso mundo.
Os
dados vieram do Dark Energy Survey, um mapeamento do Universo em grande escala
em busca de explicações para a energia escura, e do Telescópio Pólo Sul,
devotado a pesquisas sobre evolução do Universo desde o Big Bang, procurando os
traços fracos de radiação que ainda viajam pelo céu desde os primeiros
momentos.
Quando
o Universo começou, a matéria foi lançada para fora e gradualmente formou os
planetas, estrelas e galáxias que vemos hoje. Ao montar cuidadosamente um mapa
dessa matéria hoje, os cientistas tentam recriar o que aconteceu e quais forças
teriam que estar em ação para que chegássemos à situação atual.
Técnicas cruzadas
A
combinação dos dados de dois telescópios muito diferentes - na verdade dois
métodos diferentes de olhar para o céu - reduz a chance de que os resultados
devam-se a um erro em uma das formas de medição. "Funciona como uma
verificação cruzada, tornando-se uma medição muito mais robusta do que se você
usasse apenas um ou outro," disse o astrofísico Chihway Chang, da
Universidade de Chicago, nos EUA.
Em
ambos os casos, o interesse se voltou para um fenômeno chamado lente
gravitacional: À medida que a luz viaja pelo Universo, ela pode ser levemente
curvada ao passar por objetos com muita gravidade, como galáxias. Este método
captura tanto a matéria regular quanto os efeitos gravitacionais hoje
atribuídos à matéria escura, a forma misteriosa da matéria que só detectamos
devido aos seus efeitos na matéria regular.
A
maioria dos resultados mais precisos e mais confiáveis anunciados agora se
encaixa bem com a teoria e com o modelo do Universo atualmente aceitos pelos
cientistas. Mas também há coisas que não batem, mostrando indícios de que
nossas teorias e modelos precisam ser ajustados - algo já indicado no passado
por outras análises.
Universo menos aglomerado
"Parece
que há um pouco menos de flutuações no Universo atual do que poderíamos prever
assumindo nosso modelo cosmológico padrão ancorado no Universo primitivo,"
disse o professor Eric Baxter, da Universidade do Havaí.
Em
outras palavras, se você fizer uma simulação que incorpore todas as leis
físicas atualmente aceitas, faça as leituras desde o início do Universo e
extrapole-as no tempo, os resultados parecerão um pouco diferentes do que
realmente medimos ao nosso redor hoje.
Especificamente,
as leituras de hoje indicam que o Universo é menos "aglomerado" -
agrupando-se em certas áreas, em vez de uniformemente distribuído - do que as
teorias preveem. Como levantamentos anteriores, ainda que menos precisos,
indicavam a mesma coisa, os indícios agora são fortes de que não podemos nos
contentar com nossas teorias atuais.
Fonte: Inovação
Tecnológica
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