Erupção de água de Encélado é 20 vezes maior que diâmetro da lua de Saturno
A pluma de água que escapa da lua Encélado se
estende por mais de 40 vezes o tamanho da lua. [Imagem: NASA/ESA/CSA/Alyssa
Pagan (STScI)/Geronimo Villanueva (NASA-GSFC)]
Desde
que a sonda Cassini visitou Saturno, ficamos sabendo que várias de suas luas
emitem um spray de vapor de água.
Depois
disso, o telescópio Hubble fotografou várias vezes essas plumas, compostas de
partículas de gelo e moléculas orgânicas simples, sobretudo as que emergem do
pólo sul da lua Encélado.
Agora,
o telescópio James Webb constatou que essas plumas têm um alcance muito mais
distante no espaço do que se imaginava.
As
imagens mostram uma coluna de vapor d'água com mais de 9.600 quilômetros de
comprimento, aproximadamente a distância entre os EUA e o Japão, ou entre as
cidades de São Paulo e Los Angeles.
Isso
é 20 vezes maior do que o diâmetro da pequena lua. Mas, como a água é expelida
conforme a lua gira, forma-se uma "atmosfera" em seu entorno com
cerca de 40 vezes seu diâmetro.
"Encélado
é um dos objetos mais dinâmicos do Sistema Solar e é um alvo primordial na
busca da humanidade por vida além da Terra," disse Christopher Glein, do
Instituto de Pesquisas do Sudoeste (SWRI), nos EUA. "Nos anos desde que a
sonda Cassini da NASA olhou pela primeira vez para Encélado, nunca deixamos de
nos surpreender com o que descobrimos que está acontecendo nesta lua
extraordinária."
Vida na lua Encélado pode ser detectada por sonda orbital. [Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Sinais de vida em Encélado
Durante
sua missão de reconhecimento de 13 anos no sistema de Saturno, a sonda Cassini
descobriu que Encélado tem um oceano subterrâneo de água líquida. Os
instrumentos da própria sonda conseguiram analisar amostras dessas plumas. Em
conjunto, o oceano de subsuperfície e esses "vulcões" de gelo mostram
condições muito promissoras para a ocorrência de vida.
A
sensibilidade do Webb revelou agora uma nova história sobre Encélado e como ela
alimenta o abastecimento de água para todo o sistema de Saturno e seus anéis.
Enquanto gira em torno do gigante gasoso a cada 33 horas, a lua arremessa água
para o espaço, formando um halo de vapor, quase como um anel.
A
pluma não é apenas enorme, mas a água se espalha pelo denso anel E de Saturno.
Os dados do Webb indicam que cerca de 30% da água permanece no rastro da lua,
enquanto os outros 70% escapam para abastecer o restante do sistema,
eventualmente fazendo chover em Saturno.
Com
estas novas informações, a equipe já planeja uma nova rodada de observações,
desta vez mais dirigidas.
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