A maior reserva de hidrocarbonetos não está na Rússia nem no Golfo Pérsico, mas sim em Titã, lua de Saturno
A primeira pessoa a sugerir que Titã, lua de Saturno, teria uma atmosfera, foi Josep Comas i Solá, espanhol, em 13 de agosto de 1907. "Usando ampliação, vi Titã e suas bordas muito escuras se misturando à escuridão do céu [...].
Podemos presumir legitimamente que essa grande escuridão nas bordas demonstram a existência de uma atmosfera bem absorvente", disse o astrônomo catalão.
A
maior reserva de hidrocarbonetos não está na Rússia nem no Golfo Pérsico, mas
sim em Titã, lua de Saturno © Fornecido por IGN Brasil
E
ele estava certo. Não só a lua de Saturno tem uma atmosfera, como apesar de ser
7.3 vezes mais densa por metro quadrado do que a de nosso planeta, é assustadoramente
similar. Para começar, é um dos únicos poucos planetas rochosos em nosso
sistema solar com grandes quantidades de líquidos em sua superfície. Além
disso, visto de longe, essa atmosfera que também tem suas tempestades e
ciclones, é visualmente parecida.
Bem-vindo
à mineração espacial. O único "problema" é que esses oceanos de Titã
são feitos de metano e os desertos de silicato também têm hidrocarbonetos - gás
natural, petróleo etc. A sonda Cassini, em 2023, tornou possível calcular a
profundidade desses oceanos de Titã e ver também que a lua tem 40 vezes mais
hidrocarbonetos do que qualquer poço de petróleo da Terra. Dissemos que isso é
um "problema" entre aspas porque agora há muitos que enxergam esse
fato como uma oportunidade.
Fica
claro que, mesmo se a exploração de hidrocarbonetos em Titã tivesse um bom
custo-benefício, não temos ainda a tecnologia para isso. E talvez, quando
tivermos, hidrocarbonetos não sejam tão atrativos. Ainda assim, os poços de
petróleo extremamente fundos de Titã nos faz pensar muito sobre mineração
espacial. Afinal, a própria NASA diz que o valor de todos os minerais contidos
nos asteroides do cinturão principal de nosso Sistema Solar é equivalente a US$
100 bilhões para cada habitante da Terra.
Grandes
oportunidades vêm com grandes riscos. Há alguns anos o astrônomo Neil DeGrasse
Tyson disse em uma entrevista que "o primeiro trilionário da história será
a pessoa que explorará os recursos naturais em asteroides". Não é algo
fácil, mas também não é um exagero. Se a produção anual de metais brutos na
Terra chega a US$ 660 milhões de dólares por ano, a extração de asteroides
moveria 700 quintilhões.
O
mundo não viu nada parecido desde a descoberta dos depósitos de ouro e prata há
500 anos: a economia global mudaria completamente e para sempre. Uma simulação
que estudantes da universidade de Tel Aviv elaboraram aponta que os primeiros
carregamentos de metais de um asteroide chegando à Terra poderia diminuir o
preço do ouro pela metade. O mesmo aconteceria com o resto dos minerais
extraídos no espaço. E Titã com seus hidrocarbonetos não estaria nem
contemplado nesta primeira fase hipotética. O espaço é perigoso de muitas
maneiras.
Fonte:
msn.com
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