Maiores explosões de raios gama podem ter sido compreendidas
Explosões de raios gama
Astrônomos
acreditam ter encontrado uma explicação para um dos fenômenos mais enigmáticos
do Universo: As explosões de raios gama (ERG, ou GRB: Gamma Ray Burst).
Dois
corpos celestes muito densos dão origem a um buraco negro rodeado por um disco
de acreção. [Imagem: Ore Gottlieb]
Simulações
computacionais de última geração, combinadas com cálculos teóricos, sugerem que
as ERGs de longa duração são criadas na sequência de fusões cósmicas que geram
um novo buraco negro, que nasce rodeado por um disco gigante de material que
sobra da fusão.
Até
agora, os astrônomos vinham apostando que os buracos negros que geram ERGs
longas se formariam quando estrelas massivas colapsam.
No
entanto, o novo modelo indica que esses eventos mais brilhantes e mais
violentos no cosmos também podem surgir quando dois objetos densos se fundem,
como um par de estrelas de nêutrons - os restos densos e mortos de estrelas
massivas - ou um buraco negro e uma estrela de nêutrons. Estes novos resultados
batem com as observações recentes de ERGs longas, que os astrônomos não
conseguiram associar a estrelas em colapso.
"As
nossas descobertas, que ligam as observações à física subjacente, unificaram
muitos mistérios não resolvidos no campo das explosões de raios gama,"
disse Ore Gottlieb, do Centro de Astrofísica Computacional do Instituto
Flatiron, nos EUA. "Pela primeira vez, podemos olhar para as observações
da GRB e saber o que aconteceu antes da formação do buraco negro."
Agora já conhecemos várias populações de ERGs. [Imagem: Ore Gottlieb et al. - 10.3847/2041-8213/ad096e]
Categorias de ERGs
As
ERGs são alguns dos eventos mais brilhantes e mais violentos do cosmos. Desde a
sua primeira detecção, em 1967, esses brilhos repentinos e de alta energia têm
deslumbrado e intrigado os estudiosos. Mesmo décadas depois, os mecanismos
exatos que geram as poderosas explosões de raios gama permanecem incertos.
Ao
longo dos anos, os astrônomos notaram duas populações distintas de ERGs:
Aquelas que duram menos de um segundo e aquelas que duram 10 segundos ou mais.
A
teoria mais aceita atualmente é que ERGs curtas têm origem em jatos lançados
após a fusão de dois objetos compactos, e que ERGs longas podem ocorrer quando
jatos são lançados durante o colapso de estrelas massivas em rotação. Mas, no
ano passado, duas observações incomuns de ERGs longas mostraram que gigantes em
colapso não eram as únicas coisas que causavam ERGs longas.
Estas
novas simulações decifram esse enigma. As ERGs incomuns seriam então geradas
após uma fusão entre dois corpos celestes compactos. Após a fusão, os corpos
criam um buraco negro rodeado por um grande disco de acreção - um anel em
rotação rápida composto por material residual carregado magneticamente - que
pode disparar ERGs longas.
"À
medida que obtivermos mais observações de ERGs em diferentes durações de pulso,
seremos mais capazes de sondar os motores centrais que alimentam estes eventos
extremos," disse Gottlieb.
Fonte:
Inovação Tecnológica
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!