Observatório Vera Rubin vai estudar evolução dos aglomerados de galáxias

 Foto do aglomerado de galáxias Abell 85; as regiões que parecem névoas indicam o brilho entre aglomerados, formado pelas várias estrelas que saíram das suas galáxias (Imagem: Reprodução/Astronomical Data/Image: M. Montes (Instituto de Astrofísica de Canarias); Artistic Enhancement: J. Pinto (Rubin Observatory)

O observatório Vera C. Rubin vai ajudar os cientistas a desvendar a evolução galáctica por meio do levantamento Legacy Survey of Space and Time. Para isso, a grande câmera digital do observatório e seu telescópio vão observar o brilho dos aglomerados galácticos vindo das várias estrelas que deixaram suas galáxias, e desde então, viajam sozinhas pelo espaço.

O brilho é tão fraco que detectá-lo não é nada fácil, mas vale a pena tentar: ao estudá-lo através do levantamento, os cientistas podem detectar a luz em meio a milhares de aglomerados de galáxias, os maiores objetos do universo que se mantêm unidos por sua própria gravidade. Leva bilhões de anos para serem formados e evoluírem, mas este processo pode ser observado nas pistas deixadas pelas estrelas que saíram das galáxias onde foram formadas.

Elas emitem o brilho que mencionamos acima, funcionando como um fóssil das interações entre as galáxias. “As estrelas arrancadas das suas galáxias acabam ocupando o espaço entre aquelas em um aglomerado”, explica Mireia Montes, membro do levantamento.

Ela descreve que estas estrelas são como a poeira que sai de um pedaço de giz usado para escrever na lousa. “Ao monitorar o ‘giz estelar’ com o Rubin, esperamos conseguir ler as palavras na lousa do aglomerado galáctico”, explicou.

Ao estudar esta luz em busca de pistas sobre o passado dos aglomerados de galáxias, os cientistas também podem aprender mais sobre a misteriosa matéria escura. Trata-se de um material que não emite e nem refleta luz, mas ocorre em alta concentração ao redor dos aglomerados de galáxias.

Para investigar estas questões, o Rubin vai dedicar dez anos à observação completa do céu do hemisfério sul. A ideia é trabalhar com a maior câmera digital já feita para a astronomia, que promete usar sua resolução de 3,2 bilhões de pixels para revelar a luz entre os aglomerados galácticos que permaneceu oculta até então.

Ao longo dos dez anos de levantamento, o observatório vai registrar aglomerados de galáxias distantes em alta resolução. Depois, estas fotos vão ser combinadas, formando as imagens de exposição mais longa já obtidas do céu no hemisfério sul.

Fonte: canaltech.com.br

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