Explosão a anos-luz de distância poderia aniquilar a vida na Terra, descobrem cientistas

Mesmo a distâncias cósmicas impressionantes, a colisão de duas estrelas de nêutrons pode gerar uma explosão poderosa o suficiente para extinguir a vida na Terra. 

Essa revelação surgiu de um estudo recente publicado no “The Astrophysical Journal”, onde pesquisadores afirmaram que um evento conhecido como kilonova poderia representar um risco significativo para planetas como a Terra, mesmo estando a enormes distâncias no espaço. 

Uma kilonova geralmente é o resultado do encontro catastrófico de duas estrelas de nêutrons em um sistema binário, ou da fusão de uma estrela de nêutrons com um buraco negro. Tais colisões liberam quantidades avassaladoras de radiação eletromagnética, especialmente na forma de rajadas de raios gama.

Felizmente, de acordo com o conhecimento científico atual, não existem pares de estrelas de nêutrons ameaçando se fundir nas proximidades da Terra, conforme reportado pela Universe Today. Isso indica que nosso planeta está, por ora, a salvo dos efeitos catastróficos de kilonovas. No entanto, essa situação é preocupante para civilizações que possam estar próximas a sistemas estelares potencialmente instáveis.

O estudo em questão concentrou-se numa kilonova específica, chamada GW170817, que foi detectada em 2017 pelos observatórios de ondas gravitacionais LIGO e Virgo. Acredita-se que esse evento, ocorrido a cerca de 130 milhões de anos-luz da Terra, tenha sido provocado pela fusão de um par de estrelas de nêutrons.

Os cientistas usaram modelos computacionais para estimar a distância mínima segura de um evento desse tipo. Eles descobriram que uma kilonova a aproximadamente 16 anos-luz de distância da Terra poderia emitir um resplendor de raios-X suficientemente forte para ionizar a atmosfera terrestre.

E mesmo a distâncias de até 36 anos-luz, a onda de choque de uma kilonova poderia interagir com partículas para criar raios cósmicos suficientes para vaporizar nossa atmosfera, deixando o planeta exposto a temperaturas congelantes, radiação UV intensa e uma completa falta de oxigênio. Em outras palavras, seria provavelmente o fim da vida na Terra.

“A distância específica de segurança e o componente mais perigoso são incertos, pois muitos dos efeitos dependem de propriedades como o ângulo de visão do evento, a energia da explosão, a massa do material ejetado e mais”, explicou Haille Perkins, cientista da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, em uma conversa com o Space.com no ano passado, sobre a pesquisa ainda não publicada na época.

Perkins destacou que, com base nos parâmetros escolhidos, os raios cósmicos parecem ser a maior ameaça. 

Embora esse cenário possa parecer alarmante, como aponta a Universe Today, não há estrelas de nêutrons binárias dentro de apenas 36 anos-luz prestes a se fundir. No entanto, é importante ressaltar que existem dezenas de estrelas dentro dessa faixa de distância em nossa vizinhança cósmica.

Ainda há muito a aprender sobre o fenômeno das kilonovas.

“Como temos apenas uma observação confirmada de uma kilonova de uma fusão de estrelas de nêutrons binárias, observações adicionais nos ajudarão a esclarecer os desconhecidos”, disse Perkins ao Space.com.

Fonte: Hypescience.com

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