Estrela louca lança jatos pelo espaço como um vulcão giratório
Estrela simbiótica
O telescópio espacial Hubble
capturou uma visão colorida e impressionante de uma das estrelas mais
turbulentas da nossa galáxia, que ejeta material no espaço parecendo uma
mangueira de lava-jato solta pelo chão.
O sistema binário R Aquarii parece um vulcão girando louco pelo espaço. [Imagem: NASA/ESA/Matthias Stute/Margarita Karovska/Davide De Martin/Mahdi Zamani]
Localizada a aproximadamente 700
anos-luz de distância, o sistema estelar binário chamado R Aquarii, na
constelação Aquário, apresenta erupções violentas que expelem enormes
filamentos de gás brilhante, criando fluxos estelares retorcidos.
É um exemplo dramático de como o
Universo distribui os produtos da energia nuclear que se formam nas profundezas
das estrelas e são lançados ao espaço - a grande maioria dos elementos químicos
não se originou no Big Bang, mas no interior das estrelas, em suas explosões e
colisões.
A R Aquarii pertence a uma classe
de estrelas duplas chamadas estrelas simbióticas. A menor delas é uma estrela
compacta conhecida como anã branca. Já a estrela primária é uma gigante
vermelha, já velha, pertencente a uma classe chamada variável Mira, mais de 400
vezes maior que o nosso Sol. Mas, além de gigantesca, essa estrela inchada
pulsa, muda de temperatura e varia em brilho por um fator de 750 vezes ao longo
de um período de aproximadamente 390 dias. No seu pico, a estrela é ofuscante,
com quase 5.000 vezes o brilho do nosso Sol.
Quando a anã branca oscila mais
perto da gigante vermelha ao longo de seu período orbital de 44 anos, sua
gravidade suga o gás hidrogênio, que se acumula na sua superfície até produzir
uma fusão nuclear espontânea, fazendo com que a superfície da pequena estrela
exploda como uma bomba de hidrogênio gigante. Após a explosão, o ciclo de
abastecimento começa novamente.
Detalhe da estrela binária. [Imagem: NASA/ESA/Matthias Stute/Margarita Karovska/Davide De Martin/Mahdi Zamani]
Essa explosão ejeta filamentos
semelhantes a gêiseres, formando laços e trilhas conforme o plasma é
arremessado ao espaço, torcendo-se pela força da explosão e direcionado para
cima e para fora por fortes campos magnéticos. O fluxo parece se curvar para trás
em um padrão espiral que se espalha rapidamente - o plasma dispara para o
espaço a mais de 1,6 milhão de quilômetros por hora, rápido o suficiente para
viajar da Terra até a Lua em 15 minutos.
Astronômico
O Hubble observou essa estrela
pela primeira vez em 1990, quando então se descobriu que R Aquarii era na
verdade um sistema formado por duas estrelas muito brilhantes.
A equipe agora fez observações de
lapso de tempo para ver o comportamento dinâmico da R Aquarii, com observações
que abrangem de 2014 a 2023. As cinco imagens revelaram a evolução rápida e
dramática da estrela binária e sua nebulosa circundante. Também se viu que a
estrela binária escurece e clareia devido a fortes pulsações na estrela gigante
vermelha.
A escala do evento é
extraordinária, mesmo em termos astronômicos. O material lançado pelo espaço
pode ser rastreado até pelo menos 400 bilhões de quilômetros de distância, ou
24 vezes o diâmetro do nosso Sistema Solar.
Fonte: Inovação Tecnológica
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!