Fusões de buracos negros podem estar escondendo novas partículas misteriosas
A união de buracos negros pode revelar novas partículas por meio de ondas gravitacionais, seja através da ionização ou de mudanças específicas nas órbitas. Isso oferece novas maneiras de procurar por partículas ultraleves.
Cientistas propõem que a fusão de
buracos negros pode ajudar a descobrir novas partículas por meio da análise de
ondas gravitacionais, fornecendo uma nova abordagem para a detecção de
partículas. Crédito: SciTechDaily.com
Em um artigo publicado
recentemente, físicos das universidades de Amsterdã e Copenhague sugerem que a
observação detalhada de pares de buracos negros que se fundem pode trazer
informações sobre novas partículas em potencial. A pesquisa se baseia em descobertas
feitas por cientistas de Amsterdã nos últimos seis anos.
Quando dois buracos negros se
fundem, eles emitem ondas gravitacionais que carregam informações detalhadas
sobre a forma e a evolução das órbitas dos buracos negros. Um novo estudo por
físicos Giovanni Maria Tomaselli e Gianfranco Bertone, da Universidade de
Amsterdã, juntamente com Thomas Spieksma, sugere que uma análise cuidadosa
dessas informações pode revelar a existência de novas partículas na natureza.
Superradiância:
O mecanismo que possibilita a
detecção de novas partículas é chamado de superradiância de buracos negros.
Quando um buraco negro gira rápido o suficiente, ele pode perder parte de sua
massa para formar uma “nuvem” de partículas ao redor dele. Esse sistema de
buraco negro e nuvem é chamado de “átomo gravitacional” porque se parece com o
que acontece com os elétrons ao redor de um próton em um átomo.
A superradiância só é eficiente
se as partículas forem muito mais leves do que aquelas que já foram medidas em
experimentos, o que cria uma oportunidade única para investigar a existência de
novas partículas chamadas bosons ultraleves. A presença dessas partículas pode
ajudar a resolver alguns mistérios na astrofísica, cosmologia e física de
partículas.
Evolução Orbital dos
Buracos Negros:
Os cientistas de Amsterdã vêm
estudando como as órbitas de buracos negros binários (ou seja, pares de buracos
negros) evoluem quando há nuvens de bosons ultraleves presentes. Uma descoberta
importante foi o fenômeno chamado de “transições ressonantes”, onde a nuvem
“salta” de um estado para outro, parecido com o que acontece com elétrons em
átomos.
Outro fenômeno interessante é a
“ionização”, onde parte da nuvem é expulsa. Ambos esses efeitos deixam marcas
características nas ondas gravitacionais que são emitidas, mas os detalhes
dessas marcas ainda dependem do estado desconhecido da nuvem de partículas. O
novo estudo combina os resultados anteriores e analisa a história do sistema
desde a formação do buraco negro binário até a fusão.
Duas Possibilidades:
Os cientistas concluíram que há
dois resultados possíveis para a evolução desse sistema. Ambos são muito
interessantes:
1. Rotação Oposta: Se os
buracos negros e a nuvem estiverem girando em direções opostas, a nuvem
sobrevive no estado original criado pela superradiância, e ela pode ser
detectada pela ionização, que deixa uma assinatura clara nas ondas
gravitacionais.
2. Transições Ressonantes:
Em todos os outros casos, as transições ressonantes destroem a
nuvem completamente, e a órbita do sistema adquire valores específicos de
excentricidade e inclinação, que podem ser medidos nas ondas gravitacionais.
Portanto, o novo resultado
oferece uma estratégia de busca para novas partículas. Podemos detectar as
partículas por meio dos efeitos de ionização nas ondas gravitacionais ou pela
observação de sistemas com os valores previstos de excentricidade e inclinação.
As próximas observações detalhadas de ondas gravitacionais vão trazer
informações interessantes sobre a existência dessas partículas ultraleves.
Fonte: scitechdaily.com
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