Dispositivo óptico imita buracos negros e buracos brancos
Buracos negros e buracos
brancos
Cientistas construíram um aparato
experimental que permite simular a radiação eletromagnética capturada ou
emitida tanto por buracos negros quanto por buracos brancos.
O dispositivo é formado por um prisma duplo com uma película fina entre eles. [Imagem: Nina Vaidya/University of Southampton]
Os buracos negros são bem conhecidos por sua capacidade de aprisionar luz e matéria, curvando o espaço-tempo, criando um ponto sem retorno conhecido como horizonte de eventos. Mas há também um outro conceito teórico, conhecido como "buraco branco", que seria o inverso de um buraco negro, expelindo luz e matéria em vez de absorvê-las.
Já existem propostas de criar um
análogo de buraco negro usando lasers e até criar um buraco negro eterno, mas
Eric Plum e seus colegas da Universidade de Southampton, no Reino Unido,
queriam algo mais versátil.
Eles então projetaram um
dispositivo óptico que consegue simular aspectos tanto dos buracos negros
quanto dos buracos brancos.
O dispositivo se baseia em um
princípio conhecido como absorção coerente perfeita de ondas de luz. Dependendo
da polarização da luz, o dispositivo pode absorver ou rejeitar essa luz quase
completamente, de forma análoga ao comportamento de um buraco negro ou de um
buraco branco no espaço.
"Os análogos são formas de
acessar a física, especialmente para objetos distantes como buracos negros, uma
vez que as estruturas matemáticas e os aspectos dos princípios físicos se
repetem de maneiras surpreendentes em vários sistemas - desde fenômenos
celestes até dispositivos em nanoescala e picoescala," disse a professora
Nina Vaidya - o análogo aproveita uma inovação anterior da equipe, um
concentrador de luz que pode revolucionar os painéis solares.
É só ajustar o equipamento para que ele simule um buraco negro ou um buraco branco. [Imagem: Eric Plum et al. - 10.1117/1.AP.7.2.025001]
Outras aplicações
O simulador de buracos negros e
brancos funciona formando uma onda estacionária a partir das ondas de luz
incidentes, onde as interações com um absorvedor ultrafino levam à absorção ou
à transmissão perfeitas, com base na polarização da luz. Em termos simples, ele
se comporta como um objeto que absorve ou que repele a luz de modo quase
perfeito.
"Nós apresentamos o conceito
de buracos negros e brancos ópticos que absorvem deterministicamente quase toda
a luz de uma polarização, rejeitando a luz da polarização ortogonal. Ele se
baseia em nossa demonstração experimental de absorção coerente perfeita em
banda larga em dispositivos compactos, possibilitada por coerência espacial e
interferência, enquanto a sensibilidade à polarização é adquirida a partir da
fase geométrica dos feixes interferentes," detalhou Vaidya.
Os experimentos de prova de
conceito da equipe comprovaram que seu dispositivo óptico manipula as ondas
eletromagnéticas de uma forma que espelha o comportamento dos buracos negros e
brancos. E simulações mostraram a ausência de reflexão, para formar um análogo
de buraco negro, e a formação de uma onda estacionária devido à interferência
da luz incidente e refletida, criando um análogo de buraco branco.
Mas o dispositivo é versátil,
podendo seu usado em outras aplicações. "Nosso dispositivo óptico pode ser
empregado como um análogo para estudar e explorar a física desses fenômenos
celestes distantes; ou mesmo para fornecer uma estrutura prática para diversas
aplicações potenciais de ajuste de ondas eletromagnéticas e interações
aprimoradas de luz e matéria, como detecção, conversão de energia, camuflagem
multiespectral, tecnologias furtivas e muito mais," concluiu Vaidya.
Inovação Tecnológica


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