Telescópio Hubble revela o passado “canibal” da Via Láctea

 Via láctea, galáxia espiral onde se encontra o sistema solar, formada por cerca de duzentos bilhões de estrelas. Apesar de toda a sua complexidade, a Via Láctea pratica o chamado: canibalismo galáctico, quando uma galáxia menor é incorporada por uma maior. Um novo estudo, onde cientistas utilizaram o telescópio espacial Hubble da NASA, aponta a idéia de que a nossa galáxia continua a crescer, devorando galáxias de menores satélites. Com o uso do Hubble, localizado no espaço, foi possível medir com precisão o movimento de 13 estrelas no halo, provenientes de pequenas galáxias localizadas no exterior da Via Láctea, cerca de 80.000 anos-luz do centro galáctico.

Isso indica que a presença dessa ‘concha de halo’, pode ter sido formada a partir do acréscimo de uma galáxia anã. “A existência de uma estrutura de concha - que pode ser criada pelo acréscimo de uma galáxia satélite - pode explicar o movimento inesperado de estrelas halo”, disseram os pesquisadores, observando a característica da concha em torno de outras galáxias.
 
Para o autor da pesquisa, Alis Deason, da Universidade da Califórnia, "O que pode estar acontecendo é que as estrelas estão se movendo muito lentamente, e se encontram no ponto mais distante de sua órbita ao redor do centro da Via Láctea". Essa desaceleração no movimento cria um amontoado de estrelas, fazendo com que o movimento radial, que é em direção ou para longe do núcleo da Via Láctea, diminua e o movimento tangencial (circular) aumente.

Deason e seus colegas planejam estudar estrelas de halo mais externas para determinar se o reservatório de 80.000 anos-luz realmente existe. Os objetivos gerais são de compreender melhor a formação da Via Láctea e evolução, e calcular a massa exata de nossa galáxia. Para o pesquisador Deason, ainda falta analisar o movimento tangencial das estrelas para avaliar melhor a distribuição da massa total: “Ao estudar a distribuição em massa, podemos ver se ela segue a mesma distribuição como previsto nas teorias da formação da estrutura” diz Deason. O novo estudo foi aceito para publicação no Astrophysical Journal.
Fonte: Jornal Ciência

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