Nasa dá sinal verde para estrada com levitação magnética na Lua
Maglev lunar
A NASA deu sinal verde
para que os projetos de cinco tecnologias futurísticas sejam levadas adiante,
entre as quais um sistema de transporte que facilite a exploração da Lua.
Não serão trilhos, mas uma manta multicamada capaz de movimentar plataformas robóticas de carga. [Imagem: Ethan Schaler]
O solo lunar, chamado regolito,
tem características físicas que o fazem aderir a qualquer coisa, tornando um
pesadelo uma "estrada de terra" na Lua, que possa fazer poeira e
cobrir todos os esquipamentos e os próprios astronautas.
A ideia do pesquisador Ethan
Schaler, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, é partir logo para uma
espécie de estrada, mas não uma estrada qualquer - uma na qual tudo possa
flutuar por levitação magnética, como os trens mais avançados aqui na Terra,
conhecidos como maglev.
"Queremos construir o
primeiro sistema ferroviário lunar, que proporcionará transporte confiável,
autônomo e eficiente de carga útil na Lua. Um sistema de transporte robótico
durável e de longa vida útil será fundamental para as operações diárias de uma
base lunar sustentável na década de 2030, conforme previsto no plano Lua para
Marte da NASA e em conceitos de missão como as Operações Robóticas da
Superfície Lunar 2 (RLSO2)," disse Schaler.
A ferrovia lunar, batizada de
FLOAT, sigla em inglês para Levitação Flexível em uma Pista, servirá para
transportar cargas úteis ao redor da base lunar e de e para as zonas de pouso
ou outros postos avançados.
Mas o regolito não é apenas um
estorvo: Os planos são de que ele seja utilizado até mesmo para ajudar a
construir as bases, além de poder ser minerado para extração de compostos
consumíveis (H2O, LOX, LH2). A ferrovia lunar também será útil para isso, além
de prover um meio de transporte que evite que o solo se transforme em poeira.
O regolito é incômodo, mas servirá a vários propósitos úteis, incluindo a mineração. [Imagem: Ethan Schaler]
Mantovia
O conceito do sistema FLOAT prevê
robôs magnéticos não motorizados levitando sobre uma espécie de tapete flexível
de 3 camadas: Uma camada de grafite, para permitir que os robôs flutuem
passivamente usando levitação diamagnética, uma camada de circuito flexível
para gerar o impulso eletromagnético e uma camada opcional de painel solar de
película fina, para gerar energia para a base.
Assim, não será exatamente uma
ferrovia, mas uma "mantovia", que poderá ser simplesmente desenrolada
sobre o trajeto desejado, dispensando qualquer obra prévia de infraestrutura.
Os robôs FLOAT não têm partes
móveis, o que os torna mais simples e mais leves, levitando sobre a estrada
magnética para minimizar a abrasão e o desgaste impostos pela poeira lunar, o
que é um problema para os robôs lunares com rodas, pernas ou trilhos. Cada um
terá capacidade de transportar cargas úteis de cerca de 30 kg em velocidades de
0,5 m/s. Isso será suficiente para mover mais de 100 toneladas de regolito ou
carga útil por dia, operando de forma autônoma.
"Na Fase 2, continuaremos a
eliminar os riscos relacionados à fabricação, implantação, controle e operação
de longo prazo dos robôs em escala métrica e das pistas em escala quilométrica,
que servirão de apoio às atividades de exploração humana na Lua," anunciou
Schaler.
Isso envolverá a construção e
teste de uma série de protótipos de robôs e de pistas em escala reduzida,
culminando com uma demonstração em um berço de testes analógico lunar, que
incluirá testes de várias estratégias de preparação do local e implantação das
pistas.
Fonte: Inovação
Tecnológica
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