Uma descoberta surpreendente perto do buraco negro supermassivo de nossa galáxia

O coração da nossa galáxia esconde muitos mistérios. Astrônomos acabaram de descobrir novos objetos estelares jovens (YSO) perto do buraco negro supermassivo Sagittarius A*, no centro da Via Láctea. Essas estrelas, inesperadas, formam configurações intrigantes e levantam novas questões sobre a dinâmica estelar ao redor dos buracos negros. 

Mapa multi-comprimentos de onda do centro galáctico observado na banda K (vermelho) e banda L (azul) com NACO (VLT). Crédito: Astronomy & Astrophysics (2024). 

Os objetos recém-identificados seguem órbitas semelhantes às das estrelas já conhecidas, criando padrões precisos ao redor de Sagittarius A*. Esta observação foi realizada graças a um estudo intitulado "Candidate young stellar objects in the S-cluster: Kinematic analysis of a subpopulation of the low-mass G objects close to Sgr A*", publicado em Astronomy & Astrophysics.

Esta pesquisa, conduzida por cientistas de várias instituições europeias, questiona as teorias existentes. De fato, esperava-se encontrar apenas estrelas antigas e pouco ativas perto do buraco negro, mas a realidade é mais complexa com a presença de estrelas jovens e dinâmicas, chamadas estrelas S.

Essas estrelas S, descobertas perto de Sagittarius A*, fascinam os pesquisadores por sua juventude e velocidade extrema. Sua presença nessa região permanece um grande mistério científico.

Graças aos avanços tecnológicos e aos longos períodos de observação, novas questões emergem. Em 2012, a descoberta de um objeto misterioso, inicialmente considerado como uma nuvem de gás absorvida pelo buraco negro, levou a novas hipóteses. Hoje, esse objeto pode ser um YSO cercado por uma nuvem de poeira.

Os pesquisadores também se concentram em uma dúzia de outros objetos semelhantes na mesma área, revelando que são ainda mais jovens do que as estrelas S. Os YSO mostram um comportamento idêntico ao das estrelas S, movendo-se em alta velocidade ao redor do buraco negro, completando uma órbita em apenas alguns anos.

O Dr. Florian Peißker, do Instituto de Astrofísica da Universidade de Colônia, destaca que a presença desses YSO forma uma "constelação estelar" organizada, apesar de uma aparência de caos. O buraco negro parece impor uma estrutura orbital precisa às estrelas circundantes, desafiando as expectativas dos cientistas.

Techno-science.net

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