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Buracos negros exercem pressão em suas regiões imediatas, diz estudo

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Pesquisadores britânicos descobriram que os buracos negros não são apenas termodinâmicos, mas também exercem pressão nas áreas – e corpos – ao seu redor. O estudo, desenvolvido por cientistas da Universidade de Sussex, no Reino Unido, foi publicado no jornal Physical Review D. Além de emitir volumes de temperatura, buracos negros também exercem pressão nas suas regiões mais próximas. Descoberta feita pela Universidade de Sussex, no Reino Unido, abre novas vias de compreensão do fenômeno espacial. Imagem: Elymas – Shutterstock O estudo da física em relação aos buracos negros é consideravelmente complexo: até 1974, pensava-se que eles eram objetos inertes no espaço, resultantes da “morte” de uma estrela de grande massa. Foi Stephen Hawking quem, naquele mesmo ano, descobriu que os buracos negros emitem radiação térmica, atribuindo a eles uma capacidade termodinâmica.   O estudo da Universidade de Sussex vai mais além: o professor Xavier Calmet, junto do pesquisador pós-doutorado Folkert

Um telescópio na Lua para observar a Terra

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  A partir da Lua é possível observar a interação do vento solar com a magnetosfera terrestre dinamicamente. [Imagem: Science China Press]   Telescópio para observar a Terra   O anúncio de propostas para construir dois supertelescópios na Lua, feito no mês passado, trouxe à tona outras ideias para levar a astronomia para além da órbita terrestre.   A diferença é que, desta vez, a ideia não é focar os telescópios no espaço distante, mas construir um telescópio lunar para observar a própria Terra e prever o clima espacial, preparando-nos para eventuais comportamentos cataclísmicos do Sol.   Acontece que o acoplamento entre o vento solar e a magnetosfera terrestre, que nos protege dessa radiação solar e dos raios cósmicos, é um processo dinâmico ainda pouco entendido, mas que é crucial para o clima espacial. Para entender essa dinâmica, é necessário entender os processos em escala global, o que envolve o transporte de massa e energia e o acoplamento entre as diferentes regiões do ento

Surpresa: a Via Láctea não é homogénea

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  Impressão de artista: nuvens e fluxos de gás cósmico pristino (magenta) acretam na Via Láctea, mas este gás não se mistura de forma eficiente no disco galáctico, como destacado para a vizinhança solar (ampliação).Crédito: Dr. Mark A. Garlick Astrónomos da Universidade de Genebra observaram a composição dos gases na nossa Galáxia e mostraram que, ao contrário dos modelos estabelecidos até agora, não se misturam homogeneamente.  Para melhor entender a história e a evolução da Via Láctea, os astrónomos estão a estudar a composição dos gases e dos metais que compõem uma parte importante da nossa Galáxia. Destacam-se três componentes principais: o gás inicial oriundo do exterior da nossa Galáxia, o gás entre as estrelas, no seu interior - enriquecido com elementos químicos -, e a poeira gerada pela condensação dos metais presentes neste gás. Até agora, os modelos teóricos presumiam que estes três componentes se misturavam homogeneamente por toda a Via Láctea e que atingiam um nível de e

Por que nem tudo no espaço tem formato redondo?

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O formato gerado pela simulação bate precisamente com o formato dos asteroides, mostrando que as teorias aceitas até agora estavam incorretas. [Imagem: OIST]   Asteroides em formato de diamante  Conforme os corpos celestes crescem, eles rapidamente assumem o formato tendendo ao esférico que vemos nos planetas e estrelas, e temos algumas boas teorias para justificar isso. Para os asteroides bem pequenos, não é difícil aceitar que eles têm seus formatos irregulares ou porque não cresceram o suficiente, ou porque são pedaços de corpos maiores que colidiram. Mas também há asteroides grandes, e só recentemente começamos a enviar sondas espaciais até eles para descobrir seus formatos reais, já que eles estão longe demais e brilham muito pouco para conseguirmos imagens com telescópios com resolução suficiente para delinear seu formato.  Assim, quando a sonda Hayabusa visitou o asteroide Ryugu para coletar amostras, e quando a sonda OSIRIS-REx fotografou o asteroide Bennu no passado, os as

Anãs brancas que queimam hidrogénio e que envelhecem lentamente

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  Para investigar a física subjacente à evolução das anãs brancas, os astrónomos compararam anãs brancas em arrefecimento em duas coleções massivas de estrelas: os enxames globulares M3 e M13. Estes dois enxames partilham muitas características físicas como idade e metalicidade, mas as populações de estrelas que vão eventualmente dar azo a anãs brancas são diferentes. Isto torna M3 e M13, juntas, um laboratório natural perfeito no qual testar como populações diferentes de anãs brancas arrefecem. Crédito: ESA/Hubble & NASA, G. Piotto et al . Podem as estrelas moribundas deter o segredo da juventude? Novas evidências do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA sugerem que as anãs brancas podem continuar a queimar hidrogénio nos estágios finais das suas vidas, fazendo com que pareçam mais jovens do que realmente são. Esta descoberta pode ter consequências sobre como os astrónomos medem a idade dos enxames estelares.  A visão predominante das anãs brancas como estrelas inertes e em arr

O ESO captura as melhores imagens do asteróide peculiar "osso de cachorro"

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  Com o auxílio do Very Large Telescope (VLT) do ESO, uma equipe de astrônomos obteve as imagens mais nítidas e detalhadas do asteroide Cleópatra. As observações permitiram que a equipe determinasse a forma tridimensional e a massa deste asteroide peculiar, que se parece com um osso de cachorro, com uma precisão maior do que nunca. Este trabalho de pesquisa nos dá pistas sobre como é que este asteroide e as duas luas que o orbitam se formaram. Estas onze imagens são do asteroide Cleópatra observado a partir de diferentes ângulos à medida que gira sobre si mesmo.  As imagens foram obtidas entre 2017 e 2019 em diversas ocasiões, com o instrumento SPHERE (Spectro-Polarimetric High-contrast Exoplanet REsearch) montado no Very Large Telescope (VLT) do ESO. “Cleópatra é realmente um corpo único do nosso Sistema Solar”, diz Franck Marchis, astrônomo do Instituto SETI em Mountain View, EUA, e do Laboratoire d'Astrophysique de Marseille, França, que liderou este estudo sobre o asteroide — q

Colisão estelar desencadeia explosão de supernova

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  Detritos velozes de uma explosão de supernova despoletada por uma colisão estelar colidem com gás expulso anteriormente, e os choques produzem a brilhante emissão rádio vista pelo VLA. Crédito: Bill Saxton, NRAO/AUI/NSF Os astrónomos encontraram evidências dramáticas de que ou um buraco negro ou uma estrela de neutrões espiralou até ao núcleo de uma estrela companheira e fez com que essa companheira explodisse como uma supernova. Os astrónomos foram informados por dados do VLASS (Very Large Array Sky Survey), um projeto de vários anos usando o VLA (Karl G. Jansky Very Large Array) da NSF (National Science Foundation).   "Os teóricos previram que isto poderia acontecer, mas esta é a primeira vez que realmente vimos tal evento", disse Dillon Dong, estudante no Caltech e autor principal de um artigo que relata a descoberta, publicado na revista Science.   A primeira pista surgiu quando os cientistas examinaram imagens do VLASS, que começou as observações em 2017, e encontr

Astrônomos criam primeiro "berçário de estrelas" impresso em 3D

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  Esferas altamente polidas do tamanho de uma bola de beisebol ajudam a estudar estruturas muitas vezes obscurecidas em animações e renderizações tradicionais Astrônomos criam primeiro berçário de estrelas impresso em 3D (Foto: Saurabh Mhatre) Há alguns anos, a astrônoma e artista autodidata Nia Imara desenhou a si mesma tocando uma estrela com as próprias mãos. Agora, graças à tecnologia de impressão 3D, a imaginação da pesquisadora da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, nos Estados Unidos, saiu do papel — e com seu toque autoral. A norte-americana liderou o desenvolvimento dos primeiros modelos tridimensionais de um berçário estelar, estrutura formada por grandes nuvens ricas em gás e poeira onde se dá a formação das estrelas. Para construir os modelos, descritos em artigo publicado no periódico científico Astrophysical Journal Letters no último dia 25 de agosto, os pesquisadores utilizaram nove simulações que representam diferentes condições físicas no interior das nuvens mole

Retrato espetacular de Centaurus A

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Um retrato espetacular da galáxia Centaurus A foi capturado por astrônomos usando a Dark Energy Camera montada no telescópio Víctor M. Blanco de 4 metros no Observatório Interamericano de Cerro Tololo, no Chile. A aparência peculiar desta galáxia - envolta em gavinhas escuras de poeira - origina-se de uma interação passada com outra galáxia, e seu tamanho e proximidade com a Terra a tornam uma das galáxias gigantes mais bem estudadas no céu noturno.  A galáxia Centaurus A , que fica a mais de 12 milhões de anos-luz de distância na direção da constelação Centaurus do hemisfério sul (O Centauro), é a luz principal desta imagem impressionante. Esta imagem fornece uma visão espetacular do brilho luminoso das estrelas e os tentáculos escuros de poeira que escondem o centro brilhante da galáxia. Essa poeira é o resultado de uma colisão galáctica anterior, na qual uma galáxia elíptica gigante se fundiu com uma galáxia espiral menor. Bem como grandes quantidades de gás e poeira, a faixa de p

"Lupa" de raios-X melhora visão de buracos negros distantes

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Tirando proveito de uma lente natural no espaço, os astrónomos capturaram uma visão sem precedentes dos raios-X de um sistema de buracos negros no início do Universo. Os astrónomos usaram lentes gravitacionais para obter uma visão sem precedentes de um sistema composto por buracos negros no início do Universo. Uma impressão de artista mostra como os raios-X de um dos objetos à esquerda (roxo) foram distorcidos pela gravidade de uma galáxia interveniente para produzir duas fontes detetadas na imagem do Chandra (inserção no canto superior esquerdo). A luz do objeto mais ténue (azul) foi ampliada pela galáxia para ser 300 vezes mais brilhante do que seria sem a lente. Os dois objetos ou são dois buracos negros supermassivos em crescimento, ou um buraco negro e o seu jato. Crédito: NASA/CXC/M. Weiss; imagem de raios-X (inserção) - NASA/CXC/SAO/D. Schwartz et al. (ver versão sem legendas; ver ampliação da inserção)   Esta lupa foi usada para melhorar pela primeira vez a nitidez das imagen