Trappist-1b: um planeta rochoso ou um mundo com névoa?
Novas observações do
Telescópio Espacial James Webb (James Webb) estão ajudando os cientistas a
entender melhor se o exoplaneta TRAPPIST-1b tem ou não uma atmosfera
Uma impressão artística da Trappist-1 b pouco antes de passar por trás da estrela fria vermelha anã, Trappist-1. Essas estrelas são conhecidas por sua atividade com grandes manchas estelares e erupções. A Trappist-1 b pode experimentar volcanismo intenso. Crédito: Thomas Müller (HdA/MPIA)
Isso pode nos ensinar muito sobre outros planetas fora do nosso Sistema Solar!
O que é TRAPPIST-1?
TRAPPIST-1 é o nome de uma
estrela anã vermelha, uma estrela bem pequena, fria e de baixa massa. Essa
estrela fica a 40 anos-luz de distância da Terra (ou seja, muito longe!). Ela
tem um sistema de sete planetas do tamanho da Terra, que foram descobertos em
2017. Entre eles, três estão na “zona habitável”, a região onde pode existir
água líquida.
O planeta que está sendo estudado
agora é o TRAPPIST-1b, o mais próximo dessa estrela.
Como os cientistas estudam
os exoplanetas?
Os exoplanetas são planetas que
orbitam estrelas fora do nosso Sistema Solar. Para estudá-los, os cientistas
usam técnicas muito especiais, já que esses planetas estão muito longe e não
podem ser vistos diretamente.
Uma técnica comum é chamada
“espectroscopia de transmissão”. Funciona assim:
– Quando um planeta passa na
frente de sua estrela (o que chamamos de trânsito), parte da luz da estrela
passa pela atmosfera do planeta.
– Se o planeta tem atmosfera,
certos gases absorvem a luz em comprimentos de onda específicos, o que ajuda os
cientistas a descobrir quais gases estão presentes.
Porém, as estrelas anãs
vermelhas, como a TRAPPIST-1, têm superfícies irregulares. Isso pode
“confundir” os dados e fazer parecer que um planeta tem atmosfera quando, na
verdade, não tem.
Observações do James Webb
O Telescópio Espacial James Webb
(James Webb) é um dos instrumentos mais modernos para estudar planetas. Ele
consegue analisar o calor emitido pelos exoplanetas no infravermelho, um tipo
de luz que nossos olhos não conseguem ver.
Recentemente, o James Webb mediu
o calor de TRAPPIST-1b em dois comprimentos de onda diferentes:
1. 15 micrômetros (em um estudo
anterior).
2. 12,8 micrômetros (no estudo
atual).
A análise desses dados está
ajudando os cientistas a entender o que há na superfície do planeta.
O que os cientistas
descobriram?
No estudo anterior, os cientistas
sugeriram que TRAPPIST-1b poderia ser um planeta rochoso sem atmosfera e com
uma superfície muito escura. Isso significa que o planeta absorve quase toda a
luz da estrela.
Porém, no estudo mais
recente, surgiram duas hipóteses principais:
1. Superfície Rochosa: O planeta
poderia ter uma superfície feita de rochas ultramáficas, que são rochas
vulcânicas ricas em minerais. Essas rochas refletiriam o calor de forma
específica, explicando os dados.
2. Atmosfera com Névoa e CO”:
Existe uma chance de o planeta ter uma atmosfera com muito dióxido de carbono
(CO”) e uma camada de névoa. A névoa poderia aquecer as camadas superiores da
atmosfera, criando uma inversão térmica (onde a parte de cima é mais quente que
a de baixo). Isso faria o CO? emitir calor em vez de absorvê-lo, o que
explicaria as medições.
Por que é tão difícil ter
certeza?
Descobrir se um planeta tem
atmosfera é muito difícil com apenas algumas medições. No caso de TRAPPIST-1b,
ainda existem muitas perguntas:
– Como a névoa se forma nesse
planeta?
– O clima dele seria estável ao
longo do tempo?
Para ter certeza, os cientistas
vão usar outras técnicas, como analisar a curva de fase do planeta, ou seja,
como o calor se distribui entre o lado iluminado (dia) e o lado escuro (noite).
Se o calor for redistribuído,
isso indica a presença de uma atmosfera. Caso contrário, o planeta
provavelmente é rocha nua.
O que vem a seguir?
Os cientistas continuam
observando TRAPPIST-1b com o James Webb para resolver esse mistério. Entender
se esse planeta tem uma atmosfera pode nos ajudar a aprender mais sobre os
exoplanetas e até mesmo sobre a possibilidade de vida fora da Terra.
Por enquanto, as duas hipóteses
ainda são possíveis. Mas, com as próximas observações, poderemos finalmente
descobrir se TRAPPIST-1b é uma rocha quente ou um mundo alienígena com névoa!
Terrarara.com.br
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