Galáxias monstruosas encontradas no Universo primitivo confundem os astrônomos
Três galáxias “monstruosas” em tamanho, cada uma delas tão massiva quanto a Via Láctea, foram detectadas pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), dentro do primeiro bilhão de anos após o Big Bang. A descoberta “virou de cabeça para baixo” toda a compreensão que temos atualmente sobre a formação de galáxias no Universo primitivo.
Os três monstros vermelhos são
galáxias massivas e empoeiradas no primeiro bilhão de anos após o Big Bang.
(Fonte: NASA/CSA/ESA/JWST Archive)
Afinal, como a luz observada pelo
JWST veio do início do Universo, a expectativa era de que apenas galáxias
jovens, pequenas e bebês poderiam logicamente existir naquele tempo primordial.
No entanto, alguns dos monstrengos recém-descobertos aparentam ser tão grandes,
maduros e até maiores do que muitas das galáxias modernas.
Essa formação acelerada de
galáxias, que aparecem muito massivas no primeiro bilhão de anos do Universo,
tem tirado o sono de muitos astrônomos, porque elas são teoricamente
“impossíveis”. Para o coautor Ivo Labbé, da Universidade de Tecnologia de
Swinburne, na Austrália, isso é como encontrar uma criança pequena pesando 100
quilos.
Como foram observadas as três
galáxias monstruosas?
O estudo Observações
espectroscopicamente completas da primeira época de reionização (FRESCO na
sigla em inglês) do JWST que guiou esta pesquisa usa espectroscopia sem fenda,
uma técnica de observação que coleta simultaneamente espectros de todos os pontos
de um objeto celeste. Feita com a câmera de infravermelho próximo (NIRCam), a
observação é ideal para medir distâncias precisas e características físicas de
galáxias.
Isso permite que os astrônomos
observem galáxias no Universo muito distante e primitivo. Embora a maioria das
galáxias observadas se encaixasse nos modelos atuais, eles se depararam com
essas três galáxias excepcionalmente massivas para a época observada.
Mais do que seu tamanho
monstruoso, o que intrigou os astrônomos é que essas três galáxias primitivas
estão formando estrelas a uma velocidade duas vezes maior do que galáxias de
menor massa da mesma época, e até mesmo de galáxias comuns em épocas posteriores
da história cósmica.
Uma nova compreensão do universo
primitivo
Há modelos de galáxias que precisam ser incluídos no modelo atual. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Embora os "Três Monstros
Vermelhos" não contradigam diretamente o atual modelo cosmológico, elas
desafiam algumas teorias existentes sobre formação de galáxias. Principalmente,
porque o JWST tem descoberto mais galáxias e com massas bem maiores do que o
esperado para o início do Universo.
Para o principal autor do estudo,
Mengyuan Xiao, pós-doutorando na Universidade de Genebra, na Suíça, "À
medida que estudamos essas galáxias com mais profundidade, elas oferecerão
novos insights sobre as condições que moldaram as primeiras épocas do Universo.
Os Monstros Vermelhos são apenas o começo de uma nova era em nossa exploração
do Universo primitivo".
Independentemente de futuros
insights do JWST ou outras observações, os modelos atuais de formação de
galáxias, precisam incluir esses processos únicos, que permitiram a algumas
galáxias massivas iniciais atingir uma formação estelar tão eficiente. Isso talvez
possa explicar sua formação tão rápida no começo do Universo.
O estudo foi publicado na revista
Nature.
Gostou do conteúdo? Então, fique
por dentro de mais as descobertas astronômicas como essa aqui no TecMundo e
aproveite para descobrir, porque as galáxias possuem formas tão diferentes.
MSN.COM
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!