Último suspiro

Os estágios finais da vida das estrelas são bem conhecidos. Sabemos que estrelas com pouca massa (como o nosso Sol) vivem muito tempo e acabam seus dias como anãs brancas, envoltas em nebulosas planetárias. Já as estrelas com muita massa vivem muito pouco e acabam suas vidas de modo muito mais violento, em explosões de supernova, deixando para trás uma estrela de nêutrons ou mesmo um buraco negro. Mas isso é no atacado; no varejo, a história é outra. Quando o hidrogênio de uma estrela como o Sol se acaba, o seu núcleo se contrai violentamente, pois sua temperatura cai de repente. Ao mesmo tempo, as camadas externas são ejetadas para o espaço. O núcleo contraído transforma-se em uma anã branca com a compactação da matéria, a ponto de aproximar os elétrons e os núcleos dos átomos.

Já as camadas externas se expandem e são ionizadas pela anã branca, transformando-se em uma nebulosa planetária. Aliás, esse nome nada tem a ver com planetas: ele surgiu na época em que as primeiras delas foram observadas com telescópios, há mais de 200 anos. A forma arredondada, quase circular e nebulosa dava a impressão de se tratar de um planeta. Mas cada nebulosa planetária revela uma surpresa. A surpresa da vez vem da NGC 2371, uma nebulosa planetária na constelação de Gêmeos. Isso porque esta imagem do Hubble mostra o gás da nebulosa, rico em hidrogênio e oxigênio (verde e azul, respectivamente) se expandindo em torno do ponto central brilhante, o núcleo de uma gigante vermelha brilhando a uns 250 mil graus Celsius de temperatura. Até aqui tudo bem, mas as duas manchas claras avermelhadas e os vários pontos rosados na nebulosa não estão no roteiro.
 
Algumas pistas: a cor clara delas revela que são ricas em nitrogênio e são relativamente mais frias que o resto da nebulosa. E o fato de as duas manchas mais extensas estarem diametralmente opostas sugere um jato partindo do centro. Este jato aparentemente se mexeu no decorrer do tempo, indicando a possibilidade de uma estrela dupla no centro da nebulosa. Com o passar do tempo, o núcleo vai esfriar e possivelmente vai se transformar em uma anã branca. Enquanto isso, a gente vai quebrando a cabeça tentando entender o que se passa por lá.
Créditos: Cássio Barbosa - G1

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