Matéria escura poderia aquecer um planeta tornando-o habitável
Segundo uma nova pesquisa, a matéria escura poderia tornar planetas normalmente hostis em habitáveis. Em áreas ricas em matéria escura, as partículas poderiam se acumular dentro de planetas que não tem estrela para aquecê-los, aquecendo-os o suficiente para manter água líquida em sua superfície. A matéria escura é literalmente obscura. A única coisa que os astrônomos sabem é que sua atração gravitacional pode ser detectada sobre a matéria normal, por um fator de 5 a 1. Teóricos calculam que a matéria escura pode ser gravitacionalmente capturada por planetas e estrelas. A matéria escura circunda as galáxias nos chamados halos. As partículas de matéria escura sentem a força da gravidade, e orbitam o centro de massa das galáxias.
Muitos pesquisadores acreditam que a matéria escura é feita de partículas chamadas WIMPs, que interagem fracamente com a matéria normal, mas se aniquilam em contato umas com as outras, criando um jato de partículas energéticas. Tal aniquilação poderia produzir calor, se as partículas fossem absorvidas pela matéria circundante.
Agora, os pesquisadores resolveram calcular quanto calor seria produzido dentro de planetas em diferentes ambientes de matéria escura. Quando as partículas de matéria escura em órbita passam através de objetos, tais como planetas, ocasionalmente batem em átomos, perdendo energia e velocidade. Se elas perdessem bastante energia após as colisões, poderiam ficar presas pela gravidade do planeta, em última análise estabelecendo-se em seu núcleo. Lá, elas devem atingir outras partículas de matéria escura e se aniquilar, produzindo calor. Estaria a aniquilação de matéria escura aquecendo a Terra? Não muito. A Terra fica a cerca de 26.000 anos luz do centro da galáxia, longe o suficiente para que a concentração de matéria escura seja demasiado reduzida para ter muito efeito. Entretanto, mais perto do centro da galáxia a concentração de matéria escura é muito maior, de modo que este aquecimento poderia aproximar-se do calor que a Terra recebe do sol, por exemplo. Os pesquisadores descobriram que um planeta com um peso poucas vezes a massa da Terra e dentro de aproximadamente 30 anos-luz do centro galáctico poderia ser bastante aquecido pela matéria escura para manter água líquida em sua superfície. Isso significa que todos os planetas que se afastaram de suas estrelas hospedeiras ainda podem ser habitáveis, apesar de estarem flutuando no espaço frio. Os cientistas querem realizar experiências de detecção de matéria escura na Terra para descobrir se isso é mesmo possível. Os cálculos são baseados em candidatos a WIMPs, que interagem tão fortemente com a matéria normal quanto é permitido pelas observações atuais. Se os experimentos não conseguirem detectar a matéria escura nos próximos 5 a 10 anos, irá sugerir que ela não interage com força suficiente para produzir aquecimento planetário. E os “loucos” de plantão já começam a visualizar cenários onde essa habilidade seria muito útil. Em um futuro distante, quando as estrelas esgotarem seu combustível nuclear e morrerem, as civilizações remanescentes podem procurar um novo lar, e a melhor opção seriam planetas aquecidos por matéria escura – provavelmente um último grito de vida. Isso até pode ser verdade na teoria, mas os pesquisadores lembram que planetas aquecidos por matéria escura são extremamente raros. As pessoas teriam que procurar um lugar onde a densidade de matéria escura fosse 10 milhões de vezes maior que a estimativa usual (próxima a Terra), ou seja, uma pequena fração de casos são possíveis, de forma que essa ideia vai ficar mais para o acervo de ficção cientifica. Essas áreas ricas em matéria escura são tão distantes – 26.000 anos-luz – que, mesmo que a presença de planetas pudesse ser detectada, os telescópios atuais não seriam capazes de fazer imagens, procurando sinais de água. Os cientistas estão mais interessados em estrelas dentro de cerca de 65 ou 100 anos-luz da Terra, porque no futuro podem construir um grande telescópio que tente fotografar os planetas em torno delas.
Fonte: http://hypescience.com[NewScientist]
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