Estrelas como o Sol podem liberar supererupções a cada século, diz estudo
Em um novo estudo publicado na revista científica Science, uma equipe da Sociedade Max Planck (MPS) sugere que, a cada século, estrelas como o Sol podem liberar erupções solares a cada século.
Para eles, isso destaca a importância de uma compreensão
mais ampla sobre a intensidade e a frequência de fenômenos extremos associados
a estrelas semelhantes ao Sol.
A ilustração apresenta como seria
uma estrela semelhante ao Sol liberando uma supererupção. (Fonte: MPS / Alexey
Chizhik)
Os cientistas analisaram dados
coletados por diferentes telescópios modernos, como o telescópio espacial
Kepler da NASA, além de técnicas avançadas de análise. Com isso, conseguiram
rastrear o comportamento de milhares de estrelas ao longo de extensos períodos
de atividade estelar.
O novo estudo pode oferecer
diversas novas perspectivas aos cientistas que pesquisam o tema, mas os autores
apontam que a importância desses resultados também está em possibilitar a
previsão de eventos estelares que poderiam afetar a Terra ou outros planetas.
Por exemplo, os pesquisadores
podem compreender melhor os efeitos de supererupções solares em sistemas
tecnológicos, a fim de evitar problemas — como o ‘apagão da internet’, que
poderia ocorrer com a chegada do fim do ciclo solar.
"Não podemos observar o Sol
ao longo de milhares de anos. Porém, podemos monitorar o comportamento de
milhares de estrelas muito semelhantes ao Sol em períodos curtos de tempo. Isso
nos ajuda a estimar com que frequência ocorrem supererupções", explicou um dos coautores do estudo e diretor
do MPS, Dr. Sami Solanki.
Supererupções solares a
cada século
No total, foram analisados dados
de 56.450 estrelas; assim, os pesquisadores puderam observar os detalhes de
2.889 supererupções em 2.527 dessas estrelas. Eles concluíram que, em estrelas
semelhantes ao Sol, essas erupções solares intensas ocorrem, em média, uma vez
a cada século.
É importante destacar que o
estudo não faz nenhuma previsão específica sobre o comportamento do Sol, pois
os dados analisados são de estrelas com características semelhantes, mas não do
Sol em si.
Um dos últimos grandes fenômenos
solares conhecidos pela humanidade foi o Evento de Carrington, em 1859, quando
uma intensa tempestade solar interrompeu a rede telegráfica em partes da Europa
e da América do Norte. Porém, o Evento de Carrington é quase insignificante em
comparação com o fenômeno investigado no estudo: ele é equivale a apenas um
centésimo da energia liberada em supererupções.
"Os novos dados são um
lembrete claro de que mesmo os eventos solares mais extremos fazem parte do
repertório natural do Sol", disse a coautora e associada do MPS, Dra.
Natalie Krivova.
Msn.com
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