''Nosso entendimento do universo pode estar incompleto'': dados do telescópio james webb sugerem algo novo para explicar tudo
Por que o universo está se expandindo mais rápido do que o previsto?
Cientistas que estudam o cosmos perceberam que a
taxa de expansão do universo, chamada de *constante de Hubble*, não bate com o
que o modelo atual do universo prevê
Uma visão do espaço profundo e de
galáxias distantes vistas pelo JWST (Crédito da imagem: NASA, ESA, CSA, STScI,
Jose M. Diego (IFCA), Jordan CJ D'Silva (UWA), Anton M. Koekemoer (STScI), Jake
Summers (ASU), Rogier Windhorst (ASU), Haojing Yan (Universidade de Missouri))
Isso sugere que ainda há algo desconhecido na
“receita” do cosmos.
O Telescópio Espacial James Webb (James Webb)
confirmou observações feitas pelo Telescópio Espacial Hubble, mostrando que
essa diferença não é erro dos dados antigos. Em vez disso, pode ser um sinal de
que precisamos adicionar um novo “ingrediente” aos nossos modelos do universo.
O que é “Tensão de Hubble”?
A “Tensão de Hubble” é o nome dado à diferença
entre duas formas de calcular a taxa de expansão do universo:
1. Medições locais: Observando objetos como
estrelas variáveis e supernovas, que servem como “velas padrão” para medir
distâncias.
2. Modelos do universo: Calculando a expansão com
base em como o universo evoluiu desde o Big Bang.
Esses dois métodos deveriam dar o mesmo valor para
a constante de Hubble, mas não dão. Medições locais mostram uma taxa maior
(entre 70 e 76 km/s/Mpc), enquanto os modelos sugerem algo menor (68 km/s/Mpc).
O que o James Webb descobriu?
Usando sua tecnologia avançada, o James Webb fez
um levantamento detalhado de galáxias e verificou os dados do Hubble. Ele usou
três métodos para medir distâncias:
– Estrelas Cefeidas: Estrelas que brilham e
diminuem de brilho em ciclos regulares.
– Estrelas ricas em carbono: Um tipo específico de
estrela usada para medir distâncias.
– Gigantes vermelhas: As estrelas mais brilhantes
em galáxias.
O resultado foi quase idêntico ao valor medido
pelo Hubble, confirmando que os dados do Hubble estão corretos. A constante de
Hubble medida pelo James Webb ficou em cerca de 72,6 km/s/Mpc, confirmando a
“Tensão de Hubble”.
Um diagrama que mostra a evolução do universo de acordo com o modelo predominante de matéria escura fria (Crédito da imagem: NASA/ LAMBDA Archive / WMAP Science Team)
Por que isso importa?
Se as medições estão corretas, algo está faltando
nos nossos modelos do universo. Isso pode significar:
– Matéria escura diferente: Alguma forma de
energia ou matéria desconhecida no início do universo.
– Propriedades exóticas de partículas: Mudanças em
partículas como os elétrons.
– Campos magnéticos primordiais: Que poderiam ter
influenciado o universo após o Big Bang.
Segundo Marc Kamionkowski, cosmólogo de Johns
Hopkins, “resolver a Tensão de Hubble exige algo novo nos nossos modelos, como
‘energia escura primitiva’ ou outras ideias criativas”.
Oportunidade para aprender mais sobre o cosmos:
Adam Reiss, líder da pesquisa e ganhador do Nobel
de Física por descobrir a energia escura, explicou: “Com dois telescópios
confirmando esses dados, precisamos levar esse problema a sério. É um desafio,
mas também uma chance incrível de aprender mais sobre o universo.”
Essa pesquisa está mostrando que, mesmo com todo o
conhecimento acumulado, ainda temos muito a descobrir sobre como o universo
funciona e como ele evoluiu.
Terrarara.com.br
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!