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Mostrando postagens de novembro 24, 2025

Devo me preocupar com um minúsculo buraco negro atravessando meu corpo?

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  A possibilidade de um buraco negro primordial cruzar seu caminho parece saída de um filme de ficção científica de baixo orçamento, mas rendeu a um pesquisador da Vanderbilt University uma análise curiosamente séria. Esses objetos extremamente densos podem ter surgido quando o universo ainda engatinhava, em menos de um segundo após o Big Bang, e alguns cientistas sugerem que poderiam compor parte da famosa matéria-escura — o que torna o tema irresistível para quem gosta de misturar cosmologia e perguntas que não deveriam surgir durante o café da manhã.  Buracos negros primordiais, se existirem, teriam massas que vão desde algo mais leve que um grão de poeira até equivalentes a centenas de milhares de Sóis, oferecendo um catálogo tão variado que até um colecionador de selos ficaria com inveja.   Em um estudo recente publicado no International Journal of Modern Physics D, o físico Robert J. Scherrer decidiu explorar o que ocorreria se um desses objetos atravessasse o corpo...

Um telescópio no deserto olhou um bilhão de anos para trás e descobriu algo incrível

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Cerca de um bilhão de anos após o Big Bang, o universo vivenciou o período conhecido como Época da Reionização, quando os átomos neutros de hidrogênio que preenchiam o cosmos passaram a ser ionizados pela luz ultravioleta das primeiras estrelas. Um telescópio detectou um sinal vindo do universo primitivo. Crédito: HypeScience.com Porém, exatamente como começou essa transição — o que se poderia chamar de “como o universo levantou da cama” — era um mistério delicioso. Uma nova análise de mais de dez anos de observações com o rádio-telescópio Murchison Widefield Array (MWA) mostrou que esse despertar não foi gelado como muitos supunham: o aquecimento já rolava antes da festa começar. O que o MWA fez no deserto Localizado no interior da Austrália Ocidental, no observatório de rádio da Curtin University e parceiros, o MWA funciona na faixa de 70 a 300 MHz, projetado justamente para detectar a emissão de hidrogênio neutro na época remota. Os pesquisadores mineraram dez anos de regi...

Nuvens que revelam vida extraterrestre

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  Pesquisadores da Universidade Cornell fizeram uma descoberta notável ao criar o primeiro mapa das cores produzidas por microrganismos que habitam as nuvens da Terra. Esses minúsculos organismos vivos, como certas bactérias e algas, produzem pigmentos coloridos para se protegerem da intensa radiação ultravioleta presente em grandes altitudes . Essa assinatura de cor única pode agora servir como referência para detectar formas de vida semelhantes nas atmosferas de outros mundos. Ilustração artística de um exoplaneta semelhante à Terra, com uma cobertura de nuvens que abriga vida colorida. Crédito: Adam B. Langeveld/Instituto Carl Sagan. Adaptado de NASA/Ames/JPL-Caltech.   A ideia para esta pesquisa partiu da astrobióloga Ligia Coelho, que percebeu que a comunidade científica astronômica desconhecia em grande parte a existência desses ecossistemas aéreos. Ela explica que esses pigmentos biológicos são universais na Terra, produzidos por uma ampla variedade de organismos para...

O universo é infinito?

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 A superfície da Terra é finita. Podemos medi-la. Se estivesse em expansão, seu tamanho aumentaria com o tempo. E, mais uma vez, a boa e velha Terra nos ajuda a entender o que o universo pode estar fazendo além do nosso horizonte observável. Crédito: Daniel Cid do Pexels Nossa melhor suposição sobre o que acontece além do horizonte é que simplesmente existe mais coisas. Mais estrelas, mais galáxias, mais vídeos de gatos gerados por IA. Assim como presumimos que além do nosso horizonte na Terra existe mais… Terra. Então, qual é o tamanho do universo? Tipo, em sua totalidade, além do que podemos ver? Bem, a verdade é que provavelmente nunca saberemos. O limite observável é exatamente isso — um limite. Não é apenas um limite para o que podemos ver. É um limite para o que podemos conhecer. Existe uma quantidade total de informação contida no universo e uma quantidade finita de informação que poderíamos esperar receber, mesmo em um futuro infinito. Só podemos fazer suposições. É...

Sobre o Cometa 3I/ATLAS: Uma Meditação Astronômica e Alquímica

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Permitam-me, nesta noite de contemplação celeste, registrar minhas observações sobre o extraordinário visitante que cruza nossos céus, o cometa designado 3I/ATLAS, terceiro objeto de origem extrassolar confirmado a adentrar nosso sistema planetário. Descoberto em 2024, este peregrino cósmico provém das profundezas insondáveis do espaço entre as estrelas. Sua trajetória hiperbólica revela, inequivocamente, sua natureza extrassolar. Não está gravitacionalmente ligado ao nosso Sol. É apenas um viajante de passagem, testemunha silenciosa de outros sóis distantes.   Cometa 3I/ATLAS   Então, qual o motivo de tanto barulho? Imagine que você mora em uma pequena vila isolada e, de repente, uma garrafa com uma mensagem chega flutuando até sua praia. Mas essa mensagem não veio de outro continente, veio de “outro planeta”, Marte, por exemplo. Isso é, essencialmente, o que o cometa 3I/ATLAS representa para nós. A maioria dos cometas que vemos no céu são “vizinhos de bairro”. Eles nas...

Cientistas obtêm uma primeira visão da região mais interna de um sistema de anãs brancas.

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  A cerca de 200 anos-luz da Terra, o núcleo de uma estrela morta orbita uma estrela maior numa dança cósmica macabra. A estrela morta é um tipo de anã branca que exerce um poderoso campo magnético enquanto atrai material da estrela maior para um disco giratório em processo de acreção. Uma estrela anã branca menor (à esquerda) atrai material de uma estrela maior para um disco de acreção giratório. O par é chamado de "polar intermediário", e astrônomos do MIT usaram telescópios poderosos para medir a polarização de raios X do sistema pela primeira vez, revelando características importantes no centro de suas regiões mais quentes e extremas. Crédito: Jose-Luis Olivares, MIT O par espiralado é o que se conhece como um "polar intermediário" — um tipo de sistema estelar que emite um padrão complexo de radiação intensa, incluindo raios X, à medida que o gás da estrela maior cai sobre a outra.  Agora, astrônomos do MIT usaram um telescópio de raios X no espaço para identifi...