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Examinando os "arquivos de raio-x"

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Nos seus 20 anos de operações, o Observatório de Raios-X Chandra da NASA observou centenas de milhares de fontes de raios-X em todo o Universo. Esses dados são armazenados em um arquivo público, onde qualquer pessoa pode acessá-los um ano após as observações, se não antes. Na maioria das vezes, o arquivo Chandra serve a comunidade astronômica profissional para fins de pesquisa, mas seu valor se estende muito além. Alguns membros do público, incluindo astrônomos amadores e entusiastas do espaço, vasculham arquivos astronômicos como o que Chandra mantém. Seu trabalho levou à descoberta de novos objetos, investigações de fenômenos misteriosos e à criação de imagens impressionantes de objetos cósmicos. Uma amostra de imagens compostas - ou seja, aquelas que consistem em mais de um tipo de luz - usando dados de raios-X do Chandra e luz óptica do Telescópio Espacial Hubble está sendo divulgada hoje. Esta coleção de imagens, feita pela "artista astronômica" Judy Schmi

Voyager 2 ilumina limites do espaço interestelar

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O conceito deste artista mostra uma das espaçonaves Voyager da NASA entrando no espaço interestelar, ou no espaço entre as estrelas.  Esta região é dominada pelo plasma ejetado pela morte de estrelas gigantes milhões de anos atrás.  O plasma mais quente e escasso preenche o ambiente dentro da nossa bolha solar. Créditos: NASA / JPL-Caltech Um ano atrás, em 5 de novembro de 2018, a Voyager 2 da NASA se tornou a segunda espaçonave da história a deixar a heliosfera - a bolha protetora de partículas e campos magnéticos criados por nosso Sol.  A uma distância de cerca de 18 bilhões de milhas (18 bilhões de quilômetros) da Terra - muito além da órbita de Plutão - a Voyager 2 havia entrado no espaço interestelar, ou na região entre as estrelas.  Hoje, cinco novos trabalhos de pesquisa na revista Nature Astronomy descrevem o que os cientistas observaram durante e desde o cruzamento histórico da Voyager 2. Cada artigo detalha as descobertas de um dos cinco instrumentos científicos

Um flash e um tremor

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O tamanho atual do Sol (agora na sua sequência principal) em comparação com o tamanho estimado durante a sua fase de gigante vermelha no futuro. Crédito: Wikipedia Daqui a aproximadamente cinco mil milhões de anos, quando o Sol esgotar o hidrogénio no seu núcleo, vai inchar e tornar-se numa gigante vermelha. Esta fase da sua vida - e a de outras estrelas com até o dobro da sua massa - é relativamente curta em comparação com a vida de mais de 10 mil milhões de anos do Sol. A gigante vermelha brilhará 1000 vezes mais do que o Sol e, de repente, o hélio nas profundezas do seu núcleo começará a fundir-se com o carbono num processo chamado "flash do núcleo de hélio". Depois disto, a estrela terá 100 milhões de uma calma fusão de hélio. Os astrofísicos há mais de 50 anos que preveem estes flashes na teoria e nos modelos, mas nenhum foi até agora observado. No entanto, um novo estudo publicado na revista Nature Astronomy Letters sugere que isso pode mudar em breve.  Os ef

Hubble Observa o Novo Visitante Interestelar

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Em destaque temos uma imagem do cometa interestelar 2I/Borisov, captada no dia 12 de outubro de 2019 pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA. O Hubble revela uma concentração central de poeira em torno do núcleo gelado e sólido. O Cometa 2I/Borisov é apenas o segundo objeto interestelar que se conhece a passar pelo nosso Sistema Solar. Em 2017, o primeiro visitante interestelar identificado, de nome 'Oumuamua, passou a 38 milhões de quilómetros do Sol antes de sair do Sistema Solar. 'Oumuamua parecia uma rocha simples, mas Borisov é mais ativo, mais como um cometa. O Hubble fotografou 2I/Borisov a uma distância de aproximadamente 420 milhões de quilómetros da Terra. O cometa está a viajar em direção ao Sol e fará a sua maior aproximação à nossa estrela no dia 7 de dezembro, ao dobro da distância Terra-Sol. Crédito: NASA, ESA, D. Jewitt (UCLA)

NASA está ficando séria sobre uma missão interestelar

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Apenas duas naves espaciais escaparam de nosso sistema solar para mergulhar no espaço interestelar.  Agora a NASA quer voltar - e em breve. Um grupo de pesquisadores da NASA quer explorar mais o espaço para além da área de influência do Sol. Uma região que é tratada quase exclusivamente em produções de ficção científica poderia se tornar objeto de estudos mais profundos a partir de 2030, se a NASA topar essa ideia ousada. O físico Pontus Brandt explicou ao site Wired um pouco sobre o projeto, que pretende utilizar tecnologia atual para dar “o primeiro passo explícito da humanidade para o espaço interestelar”. Há um ano, o Johns Hopkins Applied Physics Laboratory, que Brandt integra, faz estudos de uma sonda interestelar. Em 2021, a equipe planeja submeter o projeto à NASA para ser incluído na lista de missões prioritárias para os 10 anos seguintes. O projeto está bastante adiantado, mas a equipe acredita que ainda faltam algumas evoluções no campo da engenharia. “É

Sistema planetário mais próximo da Terra coleciona esquisitices

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© Concepção artística do GJ 15 A c: 20 anos para orbitar sua pequena e fria estrela. Crédito: Nasa/God... Os planetas GJ 15 A b e A c orbitam uma estrela anã vermelha a apenas 11 anos-luz de distância, o que os torna nossos vizinhos multiplanetários mais próximos – pelo menos entre os sistemas de exoplanetas descobertos até agora. Eles estão em um lote de 16 planetas adicionados em 10 de outubro ao Arquivo de Exoplanetas da Nasa, o que eleva o total de exoplanetas confirmados em nossa galáxia para 4.073. Esses planetas têm diversas propriedades estranhas. O mais próximo da estrela, GJ 15 A b, leva apenas 11 dias para fazer uma órbita completa ao redor da anã vermelha. Ele pesa três vezes a massa da Terra, o que o coloca na categoria de “Super-Terra”. Também é bem quente: sua temperatura superficial atingiria 276 °C. Seu irmão, GJ 15 A c, é muito diferente. É um gigante gasoso com massa 36 vezes maior que a da Terra e parece ter uma órbita de cerca de 20 anos em torno

Físicos anunciam técnica para detectar um buraco de minhoca

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Se há duas estrelas, uma de cada lado do buraco de minhoca, a estrela do nosso lado deve sentir a influência gravitacional da estrela que está do outro lado. [Imagem: Nicolle R. Fuller/NSF] Como encontrar um buraco de minhoca A existência dos buracos de minhoca é prevista pela teoria, mas sua existência real continua em debate. Portanto, uma receita prática para detectar esses caminhos cósmicos parece ser uma ótima notícia. Os buracos de minhoca podem conectar uma área do nosso Universo a um local diferente - ou a um tempo diferente - em nosso próprio Universo, ou mesmo a um universo completamente diferente, defendem alguns. O que De-Chang Dai (Universidade de Yangzhou, na China) e Dejan Stojkovic (Universidade de Búfalo, nos EUA) se deram conta é que, se há um caminho aberto, então o entorno da entrada do buraco de minhoca deve ser de algum modo influenciado pelo que está do outro lado - e essas influências podem ser detectadas. "Se um buraco de minhoca

Um fantasma nas PLÊIADES

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Essa imagem fantasmagórica mostra o que acontece quando uma nuvem interestelar passa muito perto de uma estrela. Essa é a Nebulosa Merope de Barnard, também conhecida como IC 349, é uma nuvem de gás e poeira interestelar que viaja através do aglomerado estelar das Plêiades com uma velocidade relativa de 11 km/s. Ela está passando perto da estrela Merope, localizada a 0.06 anos-luz de distância da nuvem, o que é equivalente a 3500 vezes a dist6ancia entre a Terra e o Sol. Essa passagem está rompendo a nebulosa e criando esse efeito de filamentos observado na imagem. A estrela Merope está localizada fora do frame na parte superior direita. A luz da estrela está sendo refletida na superfície da nuvem, que a ilumina e se torna o que os astrônomos chamam de nebulosa de reflexão. O feixe de luz na parte superior direita da estrela é um efeito produzido pelo telescópio, mas os filamentos da parte inferior esquerda para a parte superior direita são reais. Os astrônomos acreditam qu

Uma nova partícula está mudando o destino do universo?

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A taxa de expansão do universo não é contínua, ela está ficando mais rápida. As medições apontam resultados diferentes quando referentes a regiões próximas ou mais distantes, então não há consenso de qual seja essa taxa. Uma possível explicação é de que algo a esteja alterando. Assim, um teórico propôs que uma nova partícula possa ser a resposta para essa diferença. Medições da taxa de expansão do universo Vamos considerar duas formas de medição, uma se baseia em um tipo particular de supernovas próximas da Terra. A segunda maneira se baseia na Radiação Cósmica de Fundo em Microondas (RCFM), deixada logo em seguida ao Big Bang. Essas duas estimativas estão em desacordo. Talvez uma das duas, ou as duas estejam incorretas ou incompletas. No entanto, se considerarmos que ambas estimativas estão corretas, é necessário algo mais para explicar a diferença. A partir disso vem a ideia de um elemento novo ter alterado a taxa de expansão do universo, de uma forma que ainda n

Missão espacial TESS revela planeta improvável

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O satélite TESS da NASA, visto nesta impressão de artista, está a identificar exoplanetas em órbita das estrelas mais brilhantes e próximas. Crédito: Centro de Voo Espacial Goddard da NASA Usando dados de asterossismologia obtidos com o satélite TESS da NASA, uma equipa internacional liderada pelo investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) Tiago Campante, estudou as estrelas HD 212771 e HD 203949. Estas são as primeiras oscilações em estrelas onde já se conheciam exoplanetas, detetadas pelo TESS. O resultado foi publicado num artigo da revista The Astrophysical Journal. Tiago Campante (IA e Faculdade de Ciências da Universidade do Porto) explica que detetar estas oscilações só foi possível porque "as observações do TESS têm precisão suficiente para medir as subtis pulsações à superfície das estrelas. Estas estrelas relativamente avançadas na escala evolutiva têm planetas em redor, proporcionando um 'laboratório de testes' ideal para est

Restos de uma supernova

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Explicar e entender os mecanismos que determinam o fim da vida de uma estrela de grande massa é muito difícil. Como se não bastasse isso, explicar e entender o que sobra depois da morte de uma estrela de grande massa, também não é nada fácil. Os remanescentes de supernova guardam mais perguntas do que respostas. A fotografia acima, composta por imagens em raios-X e no visível, mostra bem a complexidade da fase final de estrelas com 10 ou mais massas solares. Este remanescente de supernova é conhecido como G292.0+1.8 e está a uma distância de 20.000 anos luz de nós na constelação do Centauro. Ele é conhecido como um dos três remanescentes de nossa galáxia a conter oxigênio. Por isso, o G292 é alvo de constantes estudos. Esta última imagem do Chandra mostra estruturas complicadas em rápida expansão. Além de oxigênio, outros elementos pesados como neônio e silício foram produzidos durante a explosão. Estes (e mais outros) elementos químicos contaminam as nuvens de gás e poeir

Rochas lunares ajudam a formar nova imagem da Terra e Lua primitivas

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Os cientistas pensam que a Lua foi formada após a colisão de um grande objeto com a Terra, mas os detalhes são escassos acerca do que aconteceu depois.Crédito: William Hartmann A maioria das pessoas só encontra rubídio como a cor púrpura dos fogos-de-artifício, mas o metal obscuro ajudou dois cientistas da Universidade de Chicago a propor uma teoria de como a Lua se pode ter formado. Realizado no laboratório do professor Nicolas Dauphas, cuja investigação pioneira analisa a composição isotópica das rochas da Terra e da Lua, o novo estudo mediu o rubídio nos dois corpos planetários e criou um novo modelo para explicar as diferenças. A descoberta revela novas ideias sobre um enigma acerca da formação da Lua que tem dominado ao longo da última década o campo da ciência lunar, conhecido como "crise isotópica lunar." Esta crise começou quando novos métodos de teste revelaram que as rochas da Terra e da Lua têm níveis surpreendentemente semelhantes de alguns isótopo