Uma nova partícula está mudando o destino do universo?
A taxa de expansão do
universo não é contínua, ela está ficando mais rápida. As medições apontam
resultados diferentes quando referentes a regiões próximas ou mais distantes,
então não há consenso de qual seja essa taxa. Uma possível explicação é de que
algo a esteja alterando. Assim, um teórico propôs que uma nova partícula possa
ser a resposta para essa diferença.
Medições
da taxa de expansão do universo
Vamos considerar duas formas
de medição, uma se baseia em um tipo particular de supernovas próximas da
Terra. A segunda maneira se baseia na Radiação Cósmica de Fundo em Microondas
(RCFM), deixada logo em seguida ao Big Bang.
Essas duas estimativas estão
em desacordo. Talvez uma das duas, ou as duas estejam incorretas ou
incompletas. No entanto, se considerarmos que ambas estimativas estão corretas,
é necessário algo mais para explicar a diferença.
A partir disso vem a ideia de
um elemento novo ter alterado a taxa de expansão do universo, de uma forma que
ainda não foi registrada por esses modelos. Isso porque a primeira medição se
baseia em um tempo relativamente recente, enquanto o segundo modelo se baseia
no universo muito jovem.
Novo
elemento
Nós basicamente não
entendemos a energia escura. Esse fenômeno domina a expansão do universo, hoje.
Energia escura é como chamamos a força que impulsiona a aceleração da taxa de
expansão do universo.
No entanto, a partir da
comparação entre o universo primitivo e o dos dias atuais, a física presume que
a energia escura seja constante. Mas então como ela seria responsável pela
aceleração na atualidade. A hipótese é de que a energia escura está
mudando.
Os cientistas suspeitam que a
energia escura esteja relacionada à energia presa no vácuo do espaço-tempo. Ela
vem dos campos quânticos que permeiam o universo.
Na física quântica moderna
cada partícula está ligada ao seu próprio campo. Algumas vezes, partes desse
campo se excitam de tal forma que surgem as partículas como elétrons, quarks e
neutrinos. A interação entre esses campos
é a base fundamental para a compreensão do mundo quântico. Mesmo quando não
surgem partículas, os campos quânticos continuam a existir. Assim, eles têm
quantidade fundamental de energia associada, mesmo no vácuo.
Nesse contexto, quando
cálculos muito simples são realizados para saber quanta energia existe no vácuo,
devido a todos os campos quânticos, o número é cerca de 120 ordens de magnitude
mais forte do que o observado de energia escura.
Quando a tentativa é de usar
cálculos mais sofisticados, o número resultante é zero. Isso também não está de
acordo com a medição da energia escura. Esses resultados podem indicar que os
próprios campos quânticos mudaram.
A
nova partícula
O físico Massimo Cerdonio, da
Universidade de Padova, calculou a mudança necessária nos campos quânticos para
afetarem a energia escura. O artigo foi publicado no servidor de preprints
arXiv. Se há um novo campo quântico, quer dizer que há uma nova partícula no
universo. A massa calculada por
Cerdonio para a nova partícula é próxima de um novo tipo já previsto, o áxion.
Essa partícula teórica foi criada por físicos para resolver problemas de
entendimento quântico da força nuclear forte.
Embora o áxion nunca tenha
sido detectado, se esses cálculos estiverem corretos, ele está presente no
universo. Possivelmente, desde o princípio, só estava oculto enquanto o
universo era controlado por outras forças e partículas.
Fonte: Hypescience.com
[Live Science,
arXiv]
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