Estrelas Hipergigantes

Imagem artistítica de uma estrela hipergigante rodeada por um anel de poeiras (como R126 ou R66) e comparação das suas dimensões com as do nosso Sistema Solar (NASA/JPL-Caltech/SST).
Estrelas Hipergigantes: Atualmente são conhecidas apenas algumas estrelas deste tipo (cerca de sete na Nossa Galáxia e algumas outras nas Nuvens de Magalhães). As estrelas hipergigantes pertencem à classe 0. Embora sejam, em tamanho, superiores às supergigantes, a respectiva massa pode ser inferior à destas. Estrelas com massas superiores a aproximadamente 120 massas solares desafiam as teorias correntes de formação e evolução estelar. Este facto por si só revela o grande interesse que há no estudo deste tipo de estrelas.

Algumas hipergigantes conhecidas:
  
VY Canis Majoris – com um raio estimado entre 1800 e 2100 raios solares é no momento a maior estrela conhecida. Trata-se de uma hipergigante vermelha. Estudos recentes da sua luminosidade revelaram que emite muito mais no IV do que no visível (Humphreys 2006, astro-ph/0610433) sendo também vista como bem maior naquele comprimento de onda.

Rho Cas - é uma hipergigante amarela (classe espectral G2) visível a olho nu (ma=4.52). Ao analisar a documentação disponível verificamos que a distância não é consensual pois tinhamos valores desde os 8000 aos 12000 anos-luz. Isso acontece porque o erro associado à sua paralaxe é deveras grande (para uma paralaxe de 0.28 mas temos um erro de 0.58 mas!). Embora actualmente a sua magnitude aparente seja de 4.5 esta estrela é uma variável semi-regular com erupções em intervalos da ordem dos 50 anos (a última ocorreu em 2000-2001).

R126 e R66 -  são duas hipergigantes azuis recentemente observadas pelo telescópio espacial Spitzer na Grande Nuvem de Magalhães. Estas estrelas, cujo raio é da ordem do raio da órbita de Marte, estão rodeadas por um anel de poeiras (Kastner et al. 2006, Astrophysical Journal, vol. 638, p. L29).
 
Westerlund 1 -  é um enxame estelar especialmente rico em estrelas jovens de grande massa. Devido à grande extinção interestelar na sua direcção apenas foi detectado recentemente. Apenas as suas estrelas mais luminosas podem ser observadas. Entre elas temos hipergigantes azuis, amarelas e estrelas de Wolf-Rayet. Sendo um enxame denso, com estrelas de grande massa, seria de esperar a formação de um buraco negro de massa intermédia (>100 massas solares) em resultado das inevitáveis colisões entre estrelas. Observações com o Chandra, no entanto, revelaram não um buraco negro mas sim uma estrela de neutrões: CXO J164710.2-455216 com pulsações de período 10.6s.

LBV 1806-20 – é uma hipergigante azul situada na direcção do centro da Galáxia a uma distância provavelmente superior a 30000 anos-luz. Pensa-se ser a estrela mais luminosa conhecida (chegando, provavelmente, aos 40 milhões de vezes a luminosidade do Sol). A sua grandeza absoluta (de -15) é mais típica de enxames globulares (que contêm milhões de estrelas). A imensa extinção estelar da sua radiação visível está estimada em cerca de 30 magnitudes! Com uma massa estimada entre 130 e 200 massas solares esta estrela claramente ultrapassa o limite teórico para a formação estelar, o qual se situa nas 120 massas solares. No entanto, alguns estudos apontam para a possibilidade de esta ser um sistema binário ou menso um enxame de estrelas. Neste caso não teríamos violação dos modelos teóricos...

Pistol Star” – é uma hipergigante azul situada na direcção do centro da Galáxia. Possivelmente terá 150 vezes a massa do Sol sendo também um problema para modelos de formação estelar.
Fonte:Astronomy.com

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