Resolvido mistério nos confins do sistema solar

Os astrónomos dizem que o nosso Sistema Solar está a passar por uma nuvem de material interestelar que não deveria aqui estar. As velhas sondas Voyager ajudaram a resolver o mistério. A nuvem é denominada "Nuvem Interestelar Local". Tem cerca de 30 anos-luz de diâmetro e contém uma insignificante mistura de átomos de hidrogénio e hélio, de acordo com um comunicado de imprensa da NASA anunciado anteontem. Estrelas vizinhas, que explodiram há cerca de 10 milhões de anos atrás, deveriam ter esmagado ou dispersado esta nuvem.

Então o que está a manter esta nuvem no seu lugar?


"Usando dados das Voyager, descobrimos um forte campo magnético, mesmo para lá do Sistema Solar," explicou Merav Opher, Investigador Heliofísico convidado pela NASA, da Universidade George Mason. "Este campo magnético sustém a nuvem interestelar e resolve o antigo mistério da sua existência."  A nuvem é muito mais magnetizada do que se pensava anteriormente," afirma Opher. "Este campo magnético pode dar a pressão extra necessária para resistir à destruição."  Opher e seus colegas explicam a descoberta na edição de 24 de Dezembro da revista Nature.
 Impressão de artista da Nuvem Interestelar Local. Crédito: Linda Huff e Priscilla Frisch
As duas sondas Voyager da NASA já navegam para fora do Sistema Solar há mais de 30 anos. Estão agora bem para lá de órbita de Plutão e à beira do espaço interestelar. Durante a década de 90, a Voyager 1 tornou-se no objecto mais longínquo feito pelo Homem. As duas Voyager, viajando em direcções opostas, revelaram, entre outras coisas, que a bolha em torno do nosso Sistema Solar é achatada. "As Voyager não estão na realidade dentro desta nuvem interestelar," afirma Opher. "Mas estão lá perto e podemos sentir como é à medida que nos aproximamos."  A nuvem interestelar local está mesmo para lá dos confins do Sistema Solar e é contida pelo campo magnético do Sol, que é "inchado" pelo vento solar numa espécie de bolha magnética com mais de 10 mil milhões de quilómetros. Denominada "heliosfera", esta bolha protege o Sistema Solar interior dos raios cósmicos galácticos e das nuvens interestelares. As duas Voyager estão localizadas na camada exterior da helioesfera, em inglês denominada "heliosheath", onde o vento solar diminui de velocidade devido à pressão do gás interestelar. A Voyager 1 entrou nesta "heliosheath" em Dezembro de 2004. A Voyager 2 seguiu-a em Agosto de 2007. Estas travessias providenciaram dados fundamentais para o novo estudo. Outras nuvens interestelares podem também estar magnetizadas, assume Opher e seus colegas. E podemos eventualmente colidir com algumas. "Os seus fortes campos magnéticos podem comprimir a helioesfera ainda mais do que está agora," afirma a NASA. "Uma maior compressão pode permitir com que um maior número de raios cósmicos alcancem o Sistema Solar interior, possivelmente afectando o clima terrestre e a capacidade dos astronautas viajarem em segurança pelo espaço."

             Concepção de artista das duas sondas Voyager à medida que se aproximam do espaço interestelar.
              Crédito: NASA/JPL
Fonte:NASA

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