Descoberto fóssil estelar que mostra como eram as primeiras estrelas
Sabe aquele mito que envolve estrelas do rock que fazem um sucesso tremendo e morrem muito jovens (geralmente com 27 anos)? O termo “estrelas” dessa história pode estar mais certo do que nunca. As primeiras delas podem ter sido, assim como seus parceiros figurativos, astros que saíram de cena muito rápido e em seus momentos de glória. Um fóssil estelar revelou novas informações sobre uma espécie há muito tempo extinta de estrelas primordiais. Este grupo, às vezes chamado de estrelas de população III, foi o primeiro a se formar no início do universo. Eles forjaram os primeiros elementos mais pesados que o hidrogênio e o hélio, formados no Big Bang. Em seguida, as estrelas explodiram como supernovas, expelindo estes elementos em seu entorno, para serem incorporados à próxima geração de estrelas. Mas os detalhes dependem das massas dessas primeiras estrelas. Modelos de computador sugerem que elas poderiam ter 100 vezes a massa do nosso sol, o que significa que morreram cedo demais para construir qualquer coisa mais pesada do que ferro. Mas também poderiam ser tão leves quanto 10 vezes a massa do sol e viver mais tempo. Sem estarem por aí hoje em dia, é difícil saber como as estrelas da população III eram.
Mas agora nós temos algumas pistas, vindas de uma estrela chamada SDSS J0018-0939 que parece ter sido criada a partir da poeira deixada para trás da explosão de uma estrela primordial. Uma equipe liderada por Wako Aoki, do Observatório Astronômico Nacional (NAO) do Japão, analisou os diferentes elementos na casca exterior da estrela, que dão pistas sobre como a misteriosa população III viveu e morreu.
“É um pouco como uma impressão digital de DNA”, diz Volker Bromm, da Universidade do Texas, nos EUA. “Este estudo responde à questão geral de como a idade das trevas cósmicas terminou”. A estrela fóssil, que foi descoberta através do telescópio Subaru da NAO no Havaí, parece conter uma boa quantidade de ferro, mas pouca quantidade de metais mais pesados, como estrôncio e bário. Ela também tem muito mais elementos pares do que ímpares. Ambas estas características indicam que as estrelas da população III tiveram curta duração, pois a construção de elementos mais pesados e ímpares é um processo mais lento. Isso significa que elas eram, provavelmente, ainda maiores do que pensávamos – centenas de vezes mais massivas do que o sol. O “pai” da estrela SDSS J0018-0939 tinha cerca de 140 vezes a massa do sol.
O enorme tamanho significa que a estrela provavelmente teve uma explosão termonuclear 10 a 100 vezes mais poderosa do que as supernovas típicas que vemos hoje. Bromm imagina que esta explosão pode ter sido brilhante o suficiente para que suas cinzas sejam vistas pelo Telescópio Espacial James Webb, que deve ser lançado em 2018. Mas não é uma certeza absoluta que a estrela fóssil tenha sido formada a partir dos restos de uma única supernova, diz John Wise, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, em Atlanta, nos EUA. Ao invés disso, ela poderia conter a poeira de algumas supernovas. “É interessante porque é diferente de qualquer uma das outras estrelas pobres em metais que temos descoberto na Via Láctea”, exalta.
Fonte: HypeScience.com
New Scientist
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