Um novo exoplaneta do tamanho de Netuno
Imagem de Neptuno obtida pela sonda Voyager em comparação com uma impressão de artista do exoplaneta K2-263b.Crédito: NASA; exoplanetkyoto.org
As
incríveis descobertas exoplanetárias feitas pelas missões Kepler e K2
permitiram aos astrónomos começar a entender a história da Terra e porque
difere dos seus diversos primos exoplanetários. Dois quebra-cabeças ainda
pendentes incluem as diferenças entre a formação e evolução de planetas
pequenos rochosos e não-rochosos, e a razão porque parece haver uma lacuna de
tamanho com pouquíssimos exoplanetas mais ou menos com duas vezes o tamanho da
Terra (planetas com raios mais pequenos são provavelmente rochosos ou parecidos
com a Terra em termos de composição).
Para
estimar a composição de um exoplaneta, é necessária a sua densidade, exigindo
uma medição de massa e tamanho. Embora o raio possa ser estimado a partir da
forma da curva do trânsito do planeta quanto este passa em frente e bloqueia
parte da luz da sua estrela, a massa é mais difícil de determinar. No entanto,
a fim de desenvolver uma imagem emergente, são necessárias massas mais precisas
para mais planetas semelhantes em tamanho à Terra.
A
missão exoplanetária K2 é a versão reavivada da missão exoplanetária Kepler.
Juntas, descobriram milhares de exoplanetas e encontraram uma diversidade
notável e inesperada na população exoplanetária. A missão K2 só era sensível a
planetas de período curto (encontrou apenas alguns planetas com períodos
maiores que 40 dias). O exoplaneta K2-263b orbita uma estrela menos massiva que
o Sol (0,86 massas solares) localizada a 536 anos-luz de distância, medição
esta obtida pelo satélite Gaia. Este exoplaneta tem um raio de 2,41 raios
terrestres (com 5% de incerteza).
Os
astrónomos Maria Lopez-Morales, Dave Charbonneau, Raphaelle Haywood, John
Johnson, Dave Latham, David Phillips, e Dimitar Sasselov, do Instituto
Harvard-Smithsonian para Astrofísica, utilizaram o espectrómetro HARPS-N de
alta precisão, acoplado ao Telescópio Nacional Galileu em La Palma, Espanha,
para medir a velocidade periódica do exoplaneta à medida que orbita a sua
estrela e, assim, derivar a sua massa.
As
medições de velocidade do HARPS-N foram incrivelmente precisas - com uma
incerteza de uns meros 17,8 km/h, a velocidade de um ciclista lento. A partir
dos detalhes orbitais, os cientistas obtiveram uma massa exoplanetária de 14,8
massas terrestres e uma densidade de aproximadamente 5,6 gramas por centímetro
cúbico (em comparação, a densidade da água é uma grama por cada centímetro
cúbico e a densidade média da Terra é 5,51 gramas por centímetro cúbico).
Os
cientistas concluíram que K2-263b provavelmente contém uma quantidade
equivalente de gelos em comparação com rocha, mais ou menos consistente com as
ideias atuais de formação planetária e com as abundâncias relativas, numa
nebulosa circunstelar, dos blocos de construção planetária como ferro, níquel,
magnésio, silício, oxigénio, carbono e azoto.
Fonte:
Astronomia OnLine
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