Supernovas explodiram perto da Terra e enviaram isótopo raro ao planeta
A
Terra foi atingida por explosões de supernovas relativamente próximas do
Sistema Solar, há alguns milhões de anos. Um novo estudo usou um isótopo raro
de ferro encontrado na Terra para determinar as distâncias dessas essas
explosões estelares, e descobriu que os eventos ocorreram apenas a algumas
centenas de anos-luz de distância.
Imagem: NASA, ESA, CSA, M. Matsuura/R. Arendt/C. Fransson
Os
autores do estudo analisaram o isótopo de ferro Fe-60, formado exclusivamente
durante a explosão de supernovas do tipo II (aquelas que ocorrem em estrelas
com dez ou mais massas solares). Quando encontrado em planetas, luas ou
asteroides, significa que o material ejetado por alguma supernova chegou até
esses objetos.
Várias
pesquisas anteriores encontraram amostras de Fe-60 na crosta terrestre,
sedimentos do fundo do mar e até mesmo no regolito trazido da Lua. Essas
amostras possibilitam descobrir a idade dos elementos e, portanto, determinar
há quanto tempo a supernova ocorreu.
Agora,
os cientistas da Universidade de Illinois determinou as distâncias aproximadas
das duas explosões que nos enviaram Fe-60. A equipe apelidou as supernovas como
Plioceno (SN Plio, ou 3 Mya, por ter ocorrido há 3 milhões de anos) e Mioceno
(SN Mio, ou 7 Mya, por ter ocorrido há 7 milhões de anos), e descobriu que
ambas ocorreram bem perto do Sistema Solar.
Segundo
os resultados, a SN Plio explodiu em algum lugar entre 65 e 457 anos-luz de
distância da Terra, com maior probabilidade em 163 a 212 anos-luz, enquanto a
SN Mio explodiu a 359 anos-luz de distância de nós. Em escalas astronômicas,
essas distâncias são muito pequenas — o suficiente para a poeira dessas
estrelas chegar em nosso planeta.
Os
autores do estudo ressaltam que, mesmo consideradas próximas, explosões
estelares a essas distâncias são seguras o suficiente para não afetar a vida na
Terra. Se ocorressem agora, sequer percebemos a poeira de Ferro-60 atravessando
a atmosfera e atingindo a superfície e o mar terrestres.
Disponível
no arXiv.org, o estudo ainda aguarda revisão de pares.
Fonte:
canaltech.com.br
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