Endereço da Terra na Via Láctea ganha mais respeito
Os novos dados "destacam" nosso Braço Local dos braços principais de Sagitário e
Perseu.[Imagem: Robert Hurt-IPAC/Bill Saxton-NRAO/AUI/NSF]
Esquecidos por quem?
É comum ouvir que o Sistema Solar, e a Terra em particular, residem em um
"canto esquecido" nos subúrbios da Via Láctea. Embora não escondam a pretensão de que morássemos no centro da Via Láctea - o
que é quase certamente inviável para nossa "especificação biológica" - essas
afirmações não deixam de ter razão. De fato, moramos em um braço menor da nossa galáxia espiral, chamado Braço
Local, situado entre dois dos braços principais da Via Láctea. Mas não tão menor quanto se acreditava, garantem Alberto Sanna e seus colegas
do Instituto Max Planck de Radioastronomia, na Alemanha. Segundo os novos cálculos, o nosso Braço Local não é apenas uma pequena
ramificação, uma espécie de "espora" de um braço principal. Nossos novos dados sugerem que o Braço Local é uma estrutura proeminente da
Via Láctea," defende Sanna.
Desenho da Via Láctea
Determinar a estrutura da nossa própria galáxia é um problema de longa data
para os astrônomos - porque estamos dentro dela, não conseguindo vê-la de fora,
como ocorre com as outras galáxias. Assim, para mapear a Via Láctea, os astrônomos precisam medir com precisão as
distâncias de objetos dentro da própria galáxia. O problema é que medir
distâncias cósmicas é uma tarefa difícil, levando a dados com grandes
incertezas. Por isso, embora os astrônomos concordem que a Via Láctea tenha uma estrutura
em espiral, há divergências sobre o número de braços que ela tem, assim como a
distribuição e a dimensão desses braços. O que Sanna e seus colegas fizeram foi usar uma rede de radiotelescópios - o
VLBA - para reduzir as imprecisões nas medições, usando então trigonometria
simples para determinar as distâncias entre corpos celestes nas nossas
vizinhanças.
Foram quatro anos de coleta de dados, rastreando objetos cósmicos conhecidos
como masers, que amplificam as ondas de rádio da mesma forma que um laser
amplifica a luz - para um radiotelescópio, um maser é como uma lâmpada acesa na
escuridão. Os novos dados "destacam" nosso Braço Local dos braços principais de
Sagitário e Perseu. "Com base tanto na distância quanto no movimento espacial, nosso Braço Local
não é uma espora. Ele é uma estrutura importante, talvez um ramo do braço de
Perseu ou, possivelmente, um segmento de braço independente," defende Sanna.
Fonte: Inovação Tecnológica
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