Um Olhar Profundo sobre uma Tempestade Enorme em Saturno

O Very Large Telescope (VLT) do ESO juntou-se à sonda espacial Cassini da NASA para estudar uma tempestade rara na atmosfera do planeta Saturno, com um detalhe nunca antes alcançado. Os resultados deste estudo, efectuado por uma equipa internacional de astrónomos, aparecem publicados esta semana na revista Science. A atmosfera do planeta Saturno aparece-nos geralmente calma e plácida. Mas, cerca de uma vez por ano “saturniado” (o equivalente a trinta anos terrestres), quando a Primavera chega ao hemisfério norte do planeta gigante, algo se movimenta por baixo das nuvens, o que leva a uma perturbação dramática à escala planetária.
Térmica imagens infravermelhas de Saturno do instrumento Visir no VLT do ESO (centro e direita) e uma imagem de amador de luz visível (à esquerda) de Trevor Barry (Broken Hill, Austrália), obtida em 19 de janeiro de 2011, durante a fase madura da tempestade do norte. A segunda imagem é tida no comprimento de onda que revela as estruturas mais baixas da atmosfera de Saturno, mostrando as nuvens de tempestade e agitação o vórtice cooler central. A terceira imagem é sensível a altitudes muito maior em estratosfera normalmente pacífica de Saturno, onde vemos as balizas inesperada de emissão infravermelha que flanqueiam a região central fria sobre a tempestade. Créditos: ESO/University of Oxford/L. N. Fletcher/T. Barry
A última vez que esta tempestade ocorreu foi em dezembro do ano passado. Os cientistas então aproveitaram para estudá-lo usando uma câmera infravermelha do Very Large Telescope (VLT) do ESO e a sonda espacial Cassini da NASA. Esta foi a sexta tempestade registrada desde 1876. De acordo com as observações, a tempestade pode ter se originado nas profundezas das nuvens de água onde um fenômeno parecido com uma tempestade de trovões gerou uma nuvem gigante, que se deslocou para cima, perturbando a atmosfera calma do planeta. Estas perturbações interagem com os ventos e causam variações na temperatura das zonas superiores da atmosfera. "Nossas novas observações mostram que a tempestade teve um efeito enorme na atmosfera, transportando energia e material por grandes distâncias, modificando os ventos atmosféricos - criando correntes de matéria ejetada e turbilhões gigantes - e perturbando a lenta evolução sazonal de Saturno", explicou Glenn Orton, membro da equipe que estudou o fenômeno. Os cientistas conseguiram observar um fenômeno chamado faróis estratosféricos, que correspondem a mudanças muito grandes de temperatura no alto da estratosfera de Saturno, que fica a 250-300 km dos topos das nuvens da atmosfera inferior. Por meio deles foi possível observar até que altura chegam os efeitos da tempestade. Vale lembrar que, na estratosfera de Saturno, a temperatura normalmente é de cerca de -130 graus Celsius durante este período, mas nestes faróis as temperaturas são de 15 a 20 graus Celsius mais quentes.

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