Vídeo feito por sonda da Nasa revela detalhes da superfície do asteroide Vesta .

Um novo vídeo produzido por uma nave espacial da NASA mostra o asteroide Vesta, o segundo maior do cinturão de asteroides, em cores deslumbrantemente brilhantes. É possível ver a massa rochosa girando ao redor dela mesma com tons roxos e verdes, tendo como trilha sonora uma música eletrônica. “O efeito foi criado com imagens de alta resolução, feitas pelo satélite Aurora, da NASA, sobre um modelo 3D de Vesta”, explica um funcionário em comunicado oficial.  “As cores do filme foram escolhidas para destacar as diferenças na composição da superfície do planeta, que são bastante sutis para que o olho humano possa perceber”, explicam agentes da NASA no início do vídeo. O verde mostra a abundância de ferro em Vesta, enquanto os tons de laranja revelam os detritos lançados a partir de algumas das crateras. No entanto, os pesquisadores ainda estão tentando determinar o que algumas cores significam. E como o sol dirige-se para o polo norte do asteroide, a equipe da Nasa ainda espera preencher as áreas que estavam na sombra quando as imagens foram produzidas, entre setembro e outubro do ano passado.
A sonda Aurora está programada para deixar o planeta em agosto, quando vai partir para o maior objeto do cinturão de asteroides, o planeta anão Ceres. Ela deve chegar lá em fevereiro de 2015. Um vídeo anterior da NASA, lançado em maio, revelou que Vesta é um “bloco de construção” de um planeta, com um núcleo de ferro, como a Terra, tendo se formado de maneira semelhante ao nosso planeta e à nossa própria lua. O vídeo foi criado a partir da coleta de imagens construídas, uma vez que a sonda Aurora entrou em órbita em julho de 2011, incluindo as primeiras imagens de dentro das crateras misteriosas, feitas pelo telescópio espacial Hubble. Os cientistas agora enxergam Vesta como um bloco planetário em camadas, com um núcleo de ferro – o único a sobreviver aos primeiros dias do sistema solar.  A complexidade geológica do asteroide pode ser atribuída a um processo que o separou em núcleo, manto e crosta de ferro, com um raio de aproximadamente 109 quilômetros, há cerca de 4.560 milhões de anos. A lua e os planetas foram formados de maneira semelhante.  A sonda Aurora observou um padrão de minerais expostos em cortes profundos, causados por impactos de rochas espaciais, que podem suportar a ideia de que o asteroide já teve um oceano de magma abaixo da superfície. Um oceano de magma ocorre quando um corpo sofre fusão quase completa, levando a blocos de construção em camadas, que podem formar planetas. Os dados também confirmam que meteoritos distintos encontrados na Terra são originários de Vesta. As amostras de piroxênio, um mineral de ferro rico em magnésio, encontradas nos meteoritos coincidem com rochas achadas na superfície de Vesta. Esses objetos representam cerca de 6% de todos os meteoritos que caíram na Terra.  Isso faz com que o asteroide se torne uma das maiores fontes individuais de meteoritos do nosso planeta. Essa foi a primeira vez que uma nave espacial visita a fonte de amostras depois de terem sido identificadas na Terra.
Os cientistas sabem agora que a topografia de Vesta é bastante íngreme e variada. Algumas crateras formam encostas muito íngremes e têm lados quase verticais, com deslizamentos de terras mais frequentes do que o esperado. Outro resultado inesperado foi que o pico central do asteroide, numa bacia no hemisfério sul, é muito maior e mais amplo em relação ao tamanho da cratera que os picos centrais das crateras em corpos celestes como a nossa lua. Vesta também tem semelhanças com outros corpos de baixa gravidade, como as pequenas luas geladas de Saturno. Sua superfície tem manchas claras e escuras que não correspondem aos padrões previsíveis aos da lua da Terra. “Nós sabemos muito sobre a lua e estamos apenas chegando a Vesta”, diz Vishnu Reddy, um membro da equipe de enquadramento da câmera do Max Planck Institute for Solar System Research, da Alemanha. “Comparando os dois, temos duas histórias de como esses gêmeos fraternos evoluíram no sistema solar”. A Aurora também revelou detalhes de colisões que golpearam Vesta ao longo de sua história. Cientistas agora podem datar os dois impactos gigantes que martelaram o hemisfério sul do planeta. Eles criaram a Bacia Veneneia há cerca de dois bilhões de anos e a Bacia do Rheasilvia há cerca de um bilhão de anos. Rheasilvia é a maior bacia de impacto de Vesta.  “As grandes bacias de impacto na Lua são bastante antigas”, diz David O'Brien, um cientista do Instituto de Ciências Planetárias de Tucson, Arizona. “O fato de o maior impacto sobre Vesta ser tão jovem é surpreendente”.
Fonte: http://jornalciencia.com/

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