Estrela engolindo planeta é registrada pela primeira vez por telescópio da NASA
O que acredita-se ser a primeira
estrela a ser observada “engolindo” um planeta foi registrada pelo Telescópio
Espacial James Webb, da NASA. Trata-se de uma estrela localizada na galáxia da
Via Láctea, a cerca de 12.000 anos-luz de distância da Terra, e de um planeta
do tamanho de Júpiter que orbitava bem próximo da estrela.
O Telescópio Espacial James Webb da NASA observou o que se pensa ser o primeiro registo de um evento de uma estrela engolindo um planeta, mostrando um disco de acreção quente em torno da estrela, com uma nuvem em expansão de poeira mais fria. Foto: NASA, ESA, CSA, R. Crawford (STScI)
As novas descobertas sugerem que
a estrela, na verdade, não inchou para envolver um planeta, como se supunha
anteriormente. Em vez disso, as observações de Webb mostram que a órbita do
planeta encolheu com o tempo, aproximando-o lentamente de sua morte até que ele
fosse totalmente engolido.
“Por se tratar de um evento tão
novo, não sabíamos muito bem o que esperar quando decidimos apontar esse
telescópio em sua direção”, disse Ryan Lau, astrônomo e principal autor do novo
artigo..
“Com o olhar de alta resolução no
infravermelho (do telescópio), estamos aprendendo informações valiosas sobre o
destino final dos sistemas planetários, possivelmente incluindo o nosso”, disse
o cientista.
O Telescópio Espacial James Webb
é o principal observatório de ciências espaciais do mundo. “O Webb está
solucionando mistérios em nosso sistema solar, olhando para mundos distantes ao
redor de outras estrelas e investigando as misteriosas estruturas e origens de
nosso universo e nosso lugar nele”, afirma a NASA, líder do programa
internacional junto à ESA (Agência Espacial Europeia) e à CSA (Agência Espacial
Canadense).
Uma investigação inicial de 2023
levou os pesquisadores que acompanhavam este caso a acreditarem que a estrela
era parecida com o Sol e que estava em processo de envelhecimento há centenas
de milhares de anos, expandindo-se lentamente à medida que esgotava seu
combustível de hidrogênio.
Entretanto, as novas descobertas
mostraram uma história diferente: com uma sensibilidade e resolução espacial
poderosas, o telescópio Webb conseguiu medir com precisão a emissão oculta da
estrela e de seus arredores imediatos, que se encontram em uma região do espaço
muito populosa. Descobriu-se que a estrela não era tão brilhante quanto deveria
ser se tivesse evoluído para uma gigante vermelha, indicando que não havia
inchaço para engolir o planeta, como se pensava.
Os pesquisadores sugerem que, em
um determinado momento, o planeta era do tamanho de Júpiter, mas orbitava bem
próximo da estrela, mais próximo até do que a órbita de Mercúrio ao redor do
nosso Sol. Ao longo de milhões de anos, o planeta orbitou cada vez mais perto
da estrela, o que levou a uma consequência catastrófica.
“O planeta, ao cair, começou a se
espalhar ao redor da estrela”, disse Morgan MacLeod, membro da equipe do Centro
Harvard-Smithsonian de Astrofísica e do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts em Cambridge, Massachusetts.
Em sua queda final, o planeta
teria expelido gás das camadas externas da estrela. À medida que ele se
expandia e esfriava, os elementos pesados desse gás se condensavam em poeira
fria no ano seguinte.
“Com um telescópio tão
transformador como o Webb, era difícil para mim ter qualquer expectativa do que
encontraríamos nos arredores imediatos da estrela”, disse Colette Salyk, do
Vassar College em Poughkeepsie, Nova York, pesquisadora de exoplanetas e coautora
do novo artigo. “Eu diria que não esperava ver o que tem as características de
uma região de formação de planetas, mesmo que os planetas não estejam se
formando aqui”.
O que acontece após o
planeta ser engolido?
A capacidade de caracterizar esse
gás expelido pelo planeta abre mais questões para os pesquisadores sobre o que
realmente aconteceu depois que ele foi totalmente engolido pela estrela.
“Esse é realmente o precipício do
estudo desses eventos. Esse é o único que observamos em ação, e essa é a melhor
detecção das consequências depois que as coisas se acalmam”, disse Lau.
“Esperamos que este seja apenas o início de nossa amostra.”
Os pesquisadores esperam aumentar
sua amostra e identificar futuros eventos como este usando o futuro
Observatório Vera C. Rubin e o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman da NASA,
que pesquisará grandes áreas do céu repetidamente para procurar mudanças ao
longo do tempo.
As descobertas da equipe foram
publicadas na quinta-feira, 10, no The Astrophysical Journal.
Msn.com
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