Achávamos que a cor vermelha em uma galáxia significava que ela estava morta, mas há estudos que afirmam o contrário

Até hoje, havia uma maneira muito simples de categorizar as galáxias. Só existiam duas opções: galáxias azuis eram consideradas jovens; galáxias vermelhas eram consideradas velhas. Agora, um pesquisador da Universidade do Missouri (EUA) propôs uma terceira opção: a possível existência de galáxias de cor avermelhada, mas ainda vivas, ou seja, em processo de formação de novas estrelas. Entre outras implicações, isso pode significar que nosso universo forma ainda mais estrelas do que pensávamos. 

(Imagem: ESA/Hubble & NASA, J. Dalcanton, Dark Energy Survey/DOE/ FNAL/DECam/CTIO/NOIRLab/NSF/AURA Acknowledgement: L. Shatz)

Vermelho ou azul?

Como citado acima, as galáxias são geralmente categorizadas de acordo com a cor de suas estrelas. Estrelas azuis tendem a brilhar mais intensamente por menos tempo, então quando tons de azul predominam em uma galáxia sabemos que novas estrelas ainda estão se formando. Estrelas com tons mais quentes são mais resistentes, então quando uma galáxia morre (isto é, quando ela para de criar novas estrelas) essas estrelas mais vermelhas são o que resta no espaço.

Contudo, há algo que nos escapa nessa hipótese que parecia tão simples de assimilar. Segundo Charles Steinhardt, autor do novo estudo, esse modelo azul/vermelho apresenta certas inconsistências, por exemplo, nas proporções entre as massas estelares e as massas dos buracos negros, e entre as funções de massa iniciais das galáxias vermelhas e azuis.

E se as galáxias de estrelas vermelhas não estiverem morrendo? Em um artigo publicado no The Astrophysical Journal, Steinhardt propõe a existência de uma categoria diferente, galáxias vermelhas e jovens. A chave está no fato de que nessas galáxias, as estrelas formadas seriam de menor massa e, portanto, mesmo as mais jovens brilhariam com tons avermelhados.

“Galáxias vermelhas formadoras de estrelas produzem principalmente estrelas de baixa massa, o que as faria parecer vermelhas apesar do nascimento constante de estrelas”, explica Steinhardt em um comunicado na Mizzou.

Nascimento e fusão

Uma das chaves para essa hipótese são as galáxias pós -explosão estelar. As galáxias podem se transformar de galáxias jovens produtoras de estrelas em galáxias sem vida de duas maneiras. A primeira, através de uma evolução lenta e natural; a segunda, depois de uma explosão estelar. Quando duas galáxias colidem, a matéria de ambas se funde, acelerando o processo de acreção que dá origem a novas estrelas. Isso faz com que a galáxia passe por um período de rápida formação estelar, um período que deixa a galáxia sem combustível.

Em sua hipótese, Steinhardt levanta a possibilidade de que algumas dessas galáxias podem ter formado pequenas estrelas vermelhas desde o início, e não ser o resultado de uma explosão. Essa possibilidade implicaria ter que reclassificar algumas das galáxias que conhecemos, explica o pesquisador da Mizzou. A nova teoria postula que as galáxias vermelhas continuam a criar novas estrelas, o que por sua vez implica que nosso universo produz ainda mais estrelas do que pensávamos:

"A existência dessas galáxias pode significar que o universo formou um número significativamente maior de estrelas do que o estimado anteriormente", argumenta Steinhardt.

Galáxias são formações complexas e com certeza ainda não conheçamos detalhes importantes sobre elas. E o estudo de Charles Steinhardt é mais uma prova de que ainda temos muito o que descobrir e aprender sobre o espaço.

Msn.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Equinócio em Saturno

Centro Starbursting

Aglomerado nublado

Principalmente Perseidas

O QUE SÃO: Quasares, Blazares, Pulsares e Magnetares

Planeta Mercúrio

Astrônomos descobrem o 'Complexo das Grandes Plêiades'

Explicada a misteriosa fusão "impossível" de dois enormes buracos negros

Perseidas de Perseu

Matéria escura: a teoria alternativa MOND refutada pela observação