Será Sedna a chave para resolver o mistério do Planeta Nove do Sistema Solar?

Quando o objeto celeste Sedna foi descoberto, os astrônomos ficaram intrigados com as características incomuns observadas nos dados coletados pelo Observatório Palomar, no Monte Palomar, nos Estados Unidos. Uma das maiores peculiaridades desse corpo celeste é que, diferentemente de outros objetos que estão a distâncias significativas do Sol, Sedna não chega perto de Netuno durante sua órbita. 

Sedna em comparação com outros corpos celestes. 

Sedna é um pequeno corpo celeste encontrado na borda interna da nuvem de Oort; inclusive, foi um dos primeiros corpos detectados nessa região distante do Sistema Solar. O nome foi escolhido em homenagem a uma deusa do mar da mitologia do povo indígena esquimó inuit.

O objeto foi descoberto em 2003 por um grupo de astrônomos no Observatório Palomar, mas continua sendo um dos alvos de estudo atualmente. Sua órbita é altamente elíptica e leva cerca de 11.400 anos para completar uma volta ao redor do Sol, com uma distância mínima de aproximadamente 76 unidades astronômicas (UA) do Sol — uma UA, Unidade Astronômica, representa a distância média entre a Terra e o Sol.

Uma parte da comunidade científica teoriza que a órbita excêntrica de Sedna pode ser resultado da influência de um suposto nono planeta do Sistema Solar, conhecido como Planeta X ou Planeta 9. Essa é, inclusive, uma das possíveis ‘evidências’ que sugerem a existência desse planeta ainda não descoberto; ao relacionar esse e outro dados, muitos cientistas afirmam que deve existir um corpo celeste massivo ‘escondido da nossa visão’.

“As observações de Sedna rapidamente levantaram uma série de questões intrigantes. Os astrônomos pensavam que todos os objetos no sistema solar externo seriam gelados e, portanto, brancos ou cinzas na aparência, mas Sedna era quase tão vermelha quanto Marte… A proposta de que Sedna havia sido chutado em direção ao sistema solar interno pela gravitação de uma estrela passageira é uma ideia que poderia explicar sua órbita”, a enciclopédia Britannica descreve.Além de Netuno: Sedna e o Planeta Nove

Sedna possui uma órbita muito além de Netuno, sendo considerado um objeto transnetuniano. Como outros corpos dessa categoria, ele sugere que algum planeta massivo pode ter influenciado sua órbita excêntrica.

Inicialmente, os astrônomos acreditavam que Sedna pudesse ser um planeta anão, mas ele não parece apresentar todas as características necessárias para entrar nessa categoria. Mesmo assim, alguns cientistas discutem a possibilidade de ele ser um planeta anão, embora não tenha sido oficialmente classificado como tal.

“Objetos transnetunianos, localizados além da órbita de Netuno, são uma coleção diversificada de corpos gelados que incluem planetas anões como Plutão e compõem o Cinturão de Kuiper — uma vasta região do espaço que começa na órbita de Netuno e se estende para fora, povoada por inúmeros objetos, muitas vezes não maiores do que alguns quilômetros de diâmetro”, explica um estudo sobre o tema publicado na revista científica Astrophysical Journal Letters.

Além da descoberta de Sedna em 2003, outros corpos semelhantes foram encontrados, e, por isso, eles foram classificados como sednoides. Ao todo, já foram identificados quatro sednoides: Sedna, 2012 VP113, Leleakuhonua e 2021 RR205. Para ser considerado um sednoide, os cientistas estipulam que o objeto deve ser transnetuniano, com um periélio superior a 50 UA e um semieixo maior que 150 UA.

A relação de Sedna com o Planeta X

Nos últimos anos, o cientista Yukun Huang foi um dos responsáveis por estudar Sedna e os outros sednoides, visando compreender mais sobre a origem deles — incluindo a possível relação com o Planeta X. Em um estudo recente publicado na revista científica Astrophysical Journal Letters, Yukun e seu parceiro de pesquisa, Brett Gladman, descrevem que, provavelmente, a órbita peculiar desses objetos não foi influenciada pelo Planeta Nove.

Utilizando simulações de computador para entender como eram as órbitas desses corpos no início do cosmo, eles descobriram que interações ocorridas há 4,5 bilhões de anos poderiam ser responsáveis pelas órbitas peculiares observadas atualmente.

Provavelmente, um evento ocorrido durante a formação do Sistema Solar resultou nessas características. De qualquer forma, os cientistas afirmam que ainda precisam estudar mais as órbitas dos sednoides para confirmar suas teorias.

Fonte: msn.com

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