Astrônomos acham planeta de gelo quente
Astro fica a 30 anos-luz da Terra e pode ter criado estado exótico da água por pressão. Achado abre caminho para detecção de planetas só com oceanos.
Concepção artística mostra como seria planeta de "gelo quente". (Imagem: Nasa/Divulgação).
Parece piada de astrônomo, mas pode ser a mais pura verdade: um planeta cujo principal componente é gelo. Quente. A uma temperatura de 300 graus Celsius, para ser mais exato. A descoberta dessas propriedades planetárias para lá de exóticas foi anunciada por uma equipe internacional de astrônomos, incluindo cientistas da Suíça, de Israel e da Bélgica. Usando um telescópio do Observatório François-Xavier Bagnoud, na Suíça, eles observaram a passagem do planeta GJ436b diante de sua estrela-mãe e puderam estimar seu diâmetro. O planeta já era conhecido dos pesquisadores desde 2004, mas havia sido originalmente detectado por outro método, que mede a influência gravitacional do planeta sobre sua estrela e, portanto, sua massa. Ao juntar o diâmetro do planeta -- cerca de 50 mil km -- com sua massa, próxima da de Netuno, os pesquisadores foram capazes de estimar suas estranhas propriedades. Gelo quente
O planeta GJ436b está a 30 anos-luz da Terra e gira em torno de uma anã vermelha, estrela bem menor e mais fria que o Sol. No entanto, ele está a uma distância muito mais próxima de sua estrela do que Mercúrio está do nosso Sol, o que significa que a temperatura de sua superfície é igual ou superior a 300 graus Celsius. Ao mesmo tempo, ele não é nem grande e rarefeito o suficiente para ser um gigante gasoso, como Júpiter, nem pequeno e compacto o suficiente para ser um planeta rochoso, como a Terra. Os cientistas sugerem que, na atmosfera do planeta, a água apareceria na forma de vapor, por causa das altas temperaturas. Mas, conforme se desce para o interior do planeta, a pressão se tornaria tão grande que a água acabaria chegando ao estado sólido, mesmo com a temperatura alta. Esse "gelo quente" é um dos muitos estados possíveis da água sob alta pressão, lembrando a transformação do carbono em diamante nas mesmas condições. Para a equipe, o achado também sugere que planetas-oceano -- formados inteiramente por água líquida -- são possíveis. Bastaria que um planeta com a mesma composição se colocasse numa posição mais amena e menos quente ao redor de sua estrela.
Fonte: www.nasa.gov
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