Estrela superfeloz é expulsa da Via Láctea por buraco negro

As observações feitas pelo Hubble confirmam que a estrela corredora vem do centro da Via Láctea
 Ilustração da fuga da estrela hiperveloz para cima e para fora do plano da Via Láctea. Nasa
Cem milhões de anos atrás, um sistema estelar triplo passava pelo movimentado centro da Via Láctea quando passou perto demais do buraco negro central da galáxia, que capturou uma das estrelas arremessou as outras duas para fora da Via Láctea. No caminho, as duas estrelas ejetadas fundiram-se numa só. Essa história é, de acordo com pesquisadores que fizeram uso do Telescópio Espacial Hubble, o cenário mais provável para a chamara "estrela hiperveloz", conhecida como HE 0437-5439 e uma das mais rápidas já detectadas. Ela está abrindo caminho pelo espaço a uma velocidade de 2,5 milhões de quilômetros por hora, três vezes a velocidade orbital do Sol em torno do núcleo da galáxia.

As observações feitas pelo Hubble confirmam que a estrela corredora vem do centro da Via Láctea. Astrônomos acreditam que a maioria das cerca de 16 estrelas hipervelozes conhecidas são exiladas do núcleo da galáxia, mas o resultado atual é a primeira observação direta ligando numa estrela de altíssima velocidade ao centro. "Usando o Hubble, podemos traçar da onde a estrela vem, medindo sua direção de movimento pelo céu. Sua direção aponta diretamente para fora do núcleo", disse, em nota, o astrônomo Warren Brown, do Centro Harvard-Smithsonian de astrofísica, nos EUA. "Essas estrelas exiladas são raras na população de 100 bilhões de estrelas da Via Láctea. Par acada 100 milhões de estrelas da galáxia há uma estrela hiperveloz".
A imagem mostra a localização da estrela HE 0437-5439).

Os movimentos dessas estrelas desligadas da galáxia podem revelar a forma de distribuição da matéria escura que cerca a galáxia. "O puxão gravitacional da matéria escura é medido pelo formato da trajetória das estrelas hipervelozes para fora da Via Láctea", explica Oleg Gnedin, da Universidade de Michigan. A estrela exilada já está percorrendo a periferia distante da Via Láctea, bem acima do disco galáctico, a cerca de 200.000 anos-luz do centro. Em comparação, o diâmetro da Via Láctea é de 100.000 anos-luz. Com base em sua posição e velocidade, HE 0437-5439 teria de ter 100 milhões de anos de idade para ter tido tempo de viajar do núcleo galáctico até sua posição atual.

Mas sua massa - nove vezes a do Sol - e sua cor azul significam que ela deveria ter se apagado em apenas 20 milhões de anos. A explicação mais provável é que a estrela tenha nascido como parte de um sistema triplo, e surgido por meio da fusão de duas parceiras. Esse conceito de o buraco negro central da galáxia emprestar a estrelas velocidade suficiente para que escapem de vez da Via Láctea foi proposto originalmente em 1988. A teoria prevê que o buraco negro deve ejetar uma estrela a cada 100.000 anos.
Créditos: NASA

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lua eclipsa Saturno

Um rejuvenescimento galáctico

Uma enorme bolha de rádio com 65.000 anos-luz rodeia esta galáxia próxima

Marte Passando

Observações exploram as propriedades da galáxia espiral gigante UGC 2885

O parceiro secreto de Betelgeuse, Betelbuddy, pode mudar as previsões de supernovas

Telescópio James Webb descobre galáxias brilhantes e antigas que desafiam teorias cósmicas:

Telescópio James Webb encontra as primeiras possíveis 'estrelas fracassadas' além da Via Láctea — e elas podem revelar novos segredos do universo primitivo

Espiral de lado

Astrônomos mapeiam o formato da coroa de um buraco negro pela primeira vez